Palavra de pai tem peso diferenciado. Por isso, os homenageados deste domingo é que dão o recado e dizem o que pensam sobre política e como veem a atuação dos filhos, detentores de mandato eletivo. Em síntese, o sentimento deles diante do caminho escolhido pelos filhos é o mesmo: ajudar e fazer algo de bom pelas pessoas.
Nilo José Feldmann, 79 anos, acredita que o cargo ocupado pelo filho, o vice-prefeito Antonio Feldmann (PMDB) (os dois, na foto acima), requer, como em qualquer carreira, aperfeiçoamento.
- A pessoa vai se aperfeiçoando para conhecer a realidade e fazer uma boa administração, com mais experiência - ensina o ex-professor.
O médico Walmir Gremelmaier, 65 anos, acha que deveriam ser necessários cursos ou concursos como uma prerrogativa inicial para alguém ser político, devido à necessidade de capacidade administrativa. Isso porque, na opinião dele, falta seriedade na política no Brasil hoje. Mesmo assim ele faz questão de ressaltar que existem algumas exceções. E é diante desta constatação que ele entende que seu filho pode contribuir para alterar esse cenário. Walmir é pai do vereador Felipe Gremelmaier (PMDB) (os dois, na foto acima com Martin, filho de Felipe).
- Essa é a luta da gente, ter alguém correto na política, de vida ilibada, altruísta, porque sem reforma política e tributária é difícil mudar algo. Acho que ele (Felipe) pensa assim, mas não interfiro na vida profissional dele - destaca.
Aos 85 anos, o ex-ferreiro e ex-gaiteiro Job Arse diz que tem acompanhado pouco a política ultimamente, mas ele acha bom que seu filho faça parte, "porque pode ajudar a melhorar".
- Ele é um rapaz criado na verdade.
É desta forma que seu Job, crente da Assembleia de Deus, define o filho, o vereador Jó Arse (PDT) (os dois na foto acima), 44, que exerce seu primeiro mandato.
O construtor Renee Malcorra Bueno, 54 anos, não sabe dizer ao certo o que despertou o interesse do filho, o vereador Rafael Malcorra Bueno (PCdoB) (os dois na foto acima), 22, pela política. Mas arrisca afirmar que de tanto se engajar desde pequeno em causas diferentes _ direito dos animais, saúde, educação, segurança _ era natural que Rafael seguisse esse caminho.
- A gente nem era ligado a política, mas ele, por conta própria, sempre gostou de estudar os candidatos, escolher um e fazer campanha - recorda.
- Muitas pessoas me dizem: "Bah, tu vê, o Guila foi para a política". Política é uma coisa linda e necessária para a sociedade! Só corrigiremos os problemas da política através da própria política.
Foto: Chimia Lorenzett, divulgação
Foto: Diogo Sallaberry, Agência RBS
Foto: Roni Rigon, Agência RBS
Foto: Foto: Roni Rigon, Agência RBS
Foto: Porthus Junior, Agência RBS
Já para o pedreiro Oscar da Silva Pessôa, 66 anos, não foi surpresa ver a filha Denise Pessôa (os dois na foto acima), 30 anos, vereadora do PT, se envolver com a política, já que os dois sempre atuaram juntos no movimento comunitário.
- Cheguei a perder ela, com 10, 12 anos, no meio de uma manifestação na Casa de Pedra. Mas, tirando isso, sempre foi uma alegria lutarmos juntos - recorda.
O empresário Mario Sebben, 65 anos, acredita que no Brasil, entre tantas dificuldades enfrentadas para empreender, a principal delas é a política partidária. E o filho dele, o vereador progressista Guila Sebben, 36, enveredou justamente por esse caminho. Diferentemente do que se pode pensar, o empresário garante que ficou feliz com a decisão do filho (os dois na foto abaixo).
Foto: Daniela Xu, Agência RBS