A Justiça concedeu um habeas corpus e soltou as duas diretoras de uma creche que são rés por tortura contra os alunos em Serafina Corrêa, na serra gaúcha. A informação, confirmada pela defesa das mulheres nesta quinta-feira (14), é do portal g1.
Janaina Sabadin Dai Prai e Viviane Roberta Dal Mas eram diretoras da instituição de ensino e estavam presas preventivamente desde 25 de janeiro, em Guaporé. O advogado das rés, Cléves Galliassi, não quis comentar o caso.
A reportagem do g1 entrou em contato com o Tribunal de Justiça. No entanto, o juiz responsável pelo caso não autorizou a atualização de informações do processo criminal, que tramita em segredo de justiça.
A creche foi fechada de forma cautelar pela prefeitura de Serafina Corrêa (saiba mais abaixo). Estavam matriculadas no local cerca de 40 crianças. Elas receberam acolhimento por parte da rede pública e foram encaminhadas para outras instituições.
Investigação
O Ministério Público afirma que os crimes teriam sido cometidos contra os alunos de sete meses a quatro anos de idade entre 2022 e 2024.
De acordo com a Polícia Civil, a tia de uma das crianças denunciou que a sobrinha, que tem dois anos, vinha chegando em casa, ao longo de uma semana, com ferimentos pelo corpo que ela suspeitava que teriam sido causados por mordidas. A família tentava conversar com ela, mas a menina sempre permanecia calada, até que cedeu e indicou uma das mulheres presas como a responsável pelas agressões.
Já a mãe de outra criança contou que a filha sofria castigos, como ser trancada dentro do box de um dos banheiros com a luz apagada, sendo deixada no escuro por mais de uma hora, além de agressões físicas.
Outros pais também teriam buscado a Polícia Civil para denunciar casos de maus-tratos que seus filhos teriam sofrido na instituição de ensino.
Fechamento
A Secretaria Municipal da Educação e os conselhos Municipal de Educação e Tutelar afirmam que nunca tinham recebido denúncias contra a creche. Após as prisões, o Conselho Municipal de Educação determinou o fechamento, de forma cautelar e por tempo indeterminado, da escola.
De acordo com a presidente do conselho, Susana De Pauli, a medida se justifica por duas razões: "a necessidade de adotar medidas preventivas para garantir a segurança e o bem-estar dos alunos" e porque "a instituição está atualmente sem ocupantes nas funções essenciais de diretora, vice-diretora e coordenadora pedagógica".