A ossada encontrada em um matagal em Caxias do Sul será encaminhada na próxima semana para a sede do Instituto-Geral de Perícias (IGP), em Porto Alegre. Os restos mortais estavam dentro de uma mala, que estava enrolada em um lençol, jogada em meio ao lixo. O acessório azul foi encontrado na manhã de segunda-feira (21) por dois adolescentes, às margens da Avenida Rachel Cagliari Grazziotin, no cruzamento com a Gaston Luiz Benetti, no bairro Mariani. O caso é investigado como homicídio pela Polícia Civil.
A identificação deve levar em torno de 30 dias. O coordenador regional do IGP, Airton Kraemer, explica que a ossada será transportada para a Capital para que os restos mortais sejam identificados. Ele ainda esclarece que, devido ao estado avançado de esqueletização, que é quando sobram apenas os ossos e as cartilagens mais duras, a única forma de identificar a vítima é por meio da comparação do material genético. Sobre a causa da morte, se houver um sinal visível do ferimento, é possível avaliar no IGP local.
— A ossada será encaminhada para o nosso setor de antropologia forense semana que vem. Lá é extraído o DNA da arcada dentária e esse material é replicado e processado no nosso sequenciador de DNA. Primeiramente, a gente compara com o banco de dados e também com o Banco Nacional de Perfis Genéticos do Ministério da Justiça.
O perito criminal ressalta que duas famílias que têm parentes desaparecidos estiveram no Posto Médico Legal em Caxias do Sul interessadas em fornecer material para comparar com a ossada. Quem também estiver nessa situação pode ir até uma delegacia da Civil e fazer um requerimento; depois, ir até o PML para coletar material.
— A gente pede sempre que sejam familiares de 1º grau, como pai, mãe ou filhos. Mas a gente também pode fazer com irmãos, só que dá um pouco mais de trabalho — esclarece Kraemer.
Investigação
O delegado Caio Márcio Fernandes, titular da Delegacia de Homicídios, afirma que o primeiro passo da investigação é identificar a vítima. Ele já ouviu os adolescentes de 15 e 16 anos que encontraram a mala onde estava a ossada:
— Os adolescentes foram até lá para ver se tinha algum tipo de material apto a ser coletado para reciclagem. Eles identificaram uma espécie de lixão e viram uma mala pequena enrolada em um lençol. Ao abrirem a mala, identificaram um material que parecia ser cabelo e, conforme abriram um pouco mais, viram que tinha um crânio.