Quatro pessoas foram presas em Caxias do Sul e Farroupilha na manhã deste domingo (7) suspeitas de fazerem parte de um grupo criminoso que aplicava o golpe do bilhete premiado. O crime era praticado em todo o país e agia, principalmente, em cidades da região metropolitana de Porto Alegre. Além da Serra, mandados de busca e apreensão e prisões foram cumpridos por agentes da Polícia Civil em Passo Fundo, no Norte gaúcho, e em outros três Estados brasileiros, totalizando 22 pessoas detidas.
Na Serra, três homens e uma mulher foram detidos e encaminhados para presídios da região. A polícia investiga o envolvimento em crime de estelionato e associação criminosa. Celulares, notebooks, um cartão de crédito e um talão de cheque foram apreendidos. A suspeita da Polícia Civil é que o grupo atuava como uma ramificação de um grupo de Passo Fundo, considerado como líderes da organização criminosa.
O trabalho foi realizado no domingo para garantir que os suspeitos fossem encontrados em casa, já que costumam viajar para aplicar os golpes. Foram identificadas, até o momento, 21 vítimas, com prejuízo total em torno de R$ 1 milhão. Segundo a investigação, não há informações de vítimas lesadas na Serra.
— Eles (presos) saiam de Caxias e iam aplicar os golpes na Região Metropolitana. Tanto é que a ideia de cumprir a operação no domingo justamente para encontrá-los em casa, porque na semana eles saem para esse serviço criminoso, vão para a Região Metropolitana na busca de vítimas, aplicam os golpes lá e retornam para as suas casas — disse o titular da Delegacia de Polícia Civil de Esteio, Marcos Swirski de Sousa, que acompanhou a operação na Serra.
A ação é coordenada pela delegada Luciane Bertoletti, da 3ª Delegacia da Polícia Civil de Canoas. O esquema de estelionato e associação criminosa é investigado desde 2021, sendo que 30 suspeitos com atuação em todo o Brasil são alvos de prisões na Illusio em quatro Estados: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Espírito Santo.
Em Passo Fundo, foram cumpridas nove prisões preventivas, além de mandados de busca e apreensão, todos contra pessoas que seriam líderes do esquema e bem relacionadas na comunidade.
— O grupo já está na terceira geração de golpistas. As famílias que praticam o golpe têm condição financeira boa, vivem em boas casas, têm carros e são bem relacionadas na comunidade, participando de clubes —destacou a delegada.
Ao todo, foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão, além da execução de ordens de quebra de sigilo bancário em 25 contas.
O conhecido golpe consiste em fazer a vítima acreditar que está diante de um milionário, de uma pessoa com baixa instrução que é portadora de um bilhete de loteria premiado e que não sabe como resgatar o prêmio. Com isso, a vítima, em troca de receber como recompensa parte do prêmio, é induzida a fornecer dados bancários e um valor como garantia em benefício do portador do bilhete. Desta forma, os valores são surrupiados das vítimas que acreditavam que seriam recompensadas por ajudar o dono do bilhete a resgatar o prêmio.