O juiz Vancarlo André Anacleto manteve, na tarde desta sexta-feira (16), a prisão preventiva do ex-secretário de Turismo de Canela, Ângelo Sanches. O despacho, emitido pela 1ª Vara Judicial da comarca, aponta que Sanches exerceu papel de domínio sobre os fatos, articulando com os demais investigados, pessoas físicas e empresas, a prática de delitos em favorecimento pessoal e detrimento da administração pública.
Sanches está preso desde a terça-feira (15), quando a 10º fase da Operação Caritas cumpriu 218 medidas judiciais, bloqueou 10 contas correntes e apreendeu cinco veículos e dois imóveis, que juntos, foram avaliados em cerca de R$ 3 milhões. Também foram cumpridos os dois mandados de prisão contra empresários ligados ao setor de eventos e turismo.
A mesma decisão que manteve Sanches preso revogou as prisões de Elias Davi da Rosa e José Fernando Marques. Eles estavam detidos no Presídio Estadual de Canela. No despacho, o magistrado entendeu que, mantendo a prisão do ex-secretário, a tendência é que os demais não pratiquem constrangimento para a continuidade das investigações ou influenciem possíveis testemunhas, como poderia ocorrer com a liberdade de Sanches.
Para o advogado Ricardo Cantergi, que representa o ex-secretário, a decisão se baseou na interpretação da Justiça de que seu cliente teria papel mais relevante nos fatos investigados.
— O magistrado entendeu que a prisão de um era necessário e dos outros dois não. O entendimento é de que o Ângelo tem mais periculosidade que os outros dois. É uma compreensão dele, só que os três foram presos no mesmo sentido e agora cabe ao Tribunal analisar — declarou.
Soltos na tarde desta sexta-feira, os empresários Elias Davi da Rosa e José Fernando Marques estão proibidos de prestar serviços à administração pública e ter contato com testemunhas do processo. Eles precisarão se apresentar em cartório à cada 15 dias. De acordo com o advogado Jair Veiga Filho, os suspeitos alegam ser inocentes e conseguir explicar todos os documentos apreendidos.
— Optamos em jamais atacar o mérito e buscar se são responsáveis ou não pelos delitos. Focamos nos requisitos necessários para que eles respondessem o processo em liberdade. A partir de agora vamos começar a verificar o porquê deles estarem inseridos nas investigações e agora temos um momento hábil para apresentar as defesas — afirmou.