Após três dias de julgamento, em Caxias do Sul, Jarvis Chimenez Pavão foi condenado por tráfico e associação para o tráfico nesta quinta-feira (6). A pena pelo crime é de 23 anos, oito meses e 20 dias de reclusão, em regime inicial fechado. Quanto à acusação de homicídio qualificado, Pavão foi absolvido. A defesa e o Ministério Público Federal (MPF) estudam recorrer da decisão.
Além da pena privativa de liberdade, Pavão terá uma pena de multa de um salário mínimo por dia por 2.580 dias. Valor que deve exceder R$ 2,8 milhões. O traficante é considerado um dos mais perigosos em atuação pelas autoridades e teve seu júri presidido pelo juiz Rafael Farinatti Aymone, da 5ª Vara Federal de Caxias.
Pavão cumpria pena num presídio no Paraguai, quando, em 2017, foi extraditado ao Brasil. Atualmente, está no Presídio Federal de Brasília. Ele acompanhou o julgamento por meio de videoconferência.
O processo pelo qual Jarviz Chimenez Pavão foi julgado é resultado da Operação Matriz, organizada pela Polícia Federal, para combater o tráfico de drogas. Na investigação, 45 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF).
O advogado de defesa, Fábio Mendes Figueiredo, lamentou não ter havido réplica e disse que tinha certeza de que Pavão seria absolvido da acusação de homicídio.
— Realmente a voz contida nas gravações não era do senhor Jarvis. Quanto à decisão sobre o tráfico e a associação para tráfico, além da ser contrária aos autos, foi colhida ilegalmente. Acreditamos que isso tenha ocorrido por conta que o corpo de jurado não ser técnico, mas iremos recorrer e acreditamos na justiça e na inocência do senhor Jarvis — alegou Figueiredo.
Na manhã desta sexta-feira (7), o MPF se manifestou por nota e afirmou estar estudando a possibilidade de recorrer quanto à absolvição do réu em relação ao homicídio qualificado. Participaram do júri os procuradores da República Sônia Cristina Niche, Alexandre Schneider e Henrique Hahn Martins Menezes.