O empresário e assessor da prefeitura de Farroupilha Cristian Tonin, 38 anos, preso em flagrante na tarde de quarta-feira (31) suspeito de forjar o próprio sequestro e tentar extorquir a esposa, foi exonerado. Ele exercia o cargo em comissão de assessor superior para assuntos estratégicos e também o cargo em comissão interino de assessor de gestão e ouvidoria. Tonin estava de férias e retornaria ao trabalho na prefeitura na próxima segunda-feira (5).
A exoneração foi publicada no Diário Oficial do município nesta quarta-feira. Segundo o despacho assinado pelo prefeito Fabiano Feltrin, a decisão vale a partir de 4 de setembro.
De acordo com a assessoria de imprensa de Farroupilha, apesar das duas nomeações, Tonin recebia apenas pelo cargo de assessor, e não pelo de interino. Ele foi nomeado no começo da gestão de Feltrin, em janeiro de 2021. Ele recebia um salário bruto de R$ 9.148,42. Ainda por meio da assessoria, o município afirma que a "administração exonerou imediatamente o envolvido, que estava em férias. Considerando que os fatos não guardam qualquer relação com o município, o caso deve ser tratado pelas autoridades competentes."
O caso envolvendo o ex-assessor começou como um desaparecimento e mobilizou a polícia Civil de Farroupilha, além de provocar comoção nas redes sociais. A esposa de Tonin registrou o desaparecimento dele por volta das 21h de terça-feira (30) depois dele não voltar para casa. O rumo das investigações mudou ainda na manhã de quarta, quando a esposa foi contatada por um suposto sequestrador que afirmava estar com o empresário e exigia o pagamento de um resgate.
O delegado Éderson Bilhan, de Farroupilha, acionou a Equipe Antissequestro da Delegacia de Roubos vinculada ao Departamento de Investigações Criminais de Porto Alegre e também a Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Caxias do Sul e em seguida a Polícia Civil de Santa Catarina entrou no caso. As equipes trabalharam no caso até localizar o ex-assessor em um ônibus na capital de Santa Catarina com destino a capital gaúcha.
Ele estava em Florianópolis. Lá ele foi preso com duas armas e levado à delegacia. Até o final da tarde de quarta, Tonin não havia apresentado advogado de defesa. Ele foi preso em flagrante por forjar o sequestro, tentativa de extorsão e porte ilegal de arma de fogo. A reportagem tentou contato com a delegacia da cidade catarinense, mas não obteve retorno até o final da manhã desta quinta-feira (1°).