A Polícia Civil investiga irregularidades envolvendo mais um síndico em um condomínio em Farroupilha. Na segunda-feira (12), um síndico já havia sido preso no município da Serra por suspeita de extorsão e ameaça a moradores. Nesta terça (13), como revelado em reportagem de Giovani Grizotti na RBS TV, as autoridades investigam um segundo condomínio no município, que é justamente vizinho do primeiro.
Uma auditoria no Alvorada II aponta indícios de desvios de recursos e uso de procurações falsas pelo síndico. O relatório revela que, em um ano, o suspeito não repassou ao condomínio o valor de R$ 20 mil, que seriam taxas cobradas dos moradores.
O mesmo documento mostra que este síndico também é suspeito de ter usado procuração de um proprietário de apartamento, que já havia morrido, para ter mais votos em assembleia do Alvorada II.
— Neste caso específico, nós tínhamos morto votando. A pessoa tinha falecido há 120 dias e ainda sim, ela passou procuração. Vou brincar, uma procuração do além para o síndico da época poder votar em nome dessa pessoa. Também temos empresas que estavam votando nessa assembleia e que depois, mediante declaração, falaram que não autorizaram ninguém. Ou seja, nós temos mais uma falsificação, adulteração de um documento pra pessoa poder se perpetuar no comando do condomínio — afirma Marco Antônio dos Santos Nunes, auditor de condomínios, na reportagem exibida na RBS TV.
O síndico do Alvorada II foi questionado pela reportagem e negou as irregularidades apontadas pela auditoria.
Prisão no Alvorada I
Na segunda, a Polícia Civil cumpriu mandados de busca e apreensão no condomínio Alvorada I e prendeu o síndico Alexandre da Costa, 44 anos - que não seria o mesmo responsável pela administração do Alvorada II. Costa teria aberto empresas de zeladoria e vigilância em nome da esposa e contratado para trabalhar no residencial.
— É nossa a empresa. Da minha esposa, e é minha. A minha esposa trabalha fora e eu que cuido da empresa — disse o síndico quando questionado pelo repórter Giovani Grizotti.
Costa também admitiu usar mais de cem procurações para representar moradores em assembleias. Ele nega irregularidades nos documentos. Para as autoridades, as procurações, que teriam assinaturas falsas de moradores, seria uma forma do homem se perpetuar na posição.
— Acredito que se tu tá fazendo um bom trabalho para o condomínio, tu está chegando numa assembleia e alguns moradores que estão no local vão pra fazer barraco, briga e escândalo, e aqueles moradores que tem o que fazer não querem participar disso — argumenta o síndico.
Costa também admitiu a construção de um sistema clandestino de fornecimento de água, outro motivo para a investigação da Polícia Civil. O síndico alegou que a taxa cobrada dos moradores era utilizada para benfeitorias no condomínio.