Uma execução supostamente ordenada por uma facção em Caxias do Sul está em julgamento nesta segunda-feira (29). Os réus Gerson Luiz Hoffmann, 55 anos, Luan Rogério de Cândido da Silva, 23, e Manoel Isaque da Silva da Cunha, 21, são acusados de matar Bruno Marques Antunes, 22 anos, no bairro Reolon, em 2019, com a qualificadora de motivo fútil. O trio ainda responde por corrupção de menores. Eles teriam levado um adolescente de 15 anos para cometer o assassinato junto com eles.
O júri começou às 9h30min no Fórum de Caxias do Sul. Pela manhã, três testemunhas foram ouvidas e os réus foram interrogados. A previsão é que o resultado seja conhecido ao anoitecer. Os três réus são representados pela Defensoria Pública.
O crime ocorreu na madrugada do dia 20 de setembro de 2019, na Rua Carolina Amância Soares. Conforme o Ministério Público (MP), os três acusados e o adolescente infrator receberam a "missão" de matar Antunes. A denúncia narra que os membros da facção foram até as proximidades da casa do rival e o encontraram saindo de um bar. Antunes foi alvejado na via pública com sete tiros de três calibres diferentes: .12, .38 e 9mm.
O quarteto foi capturado na tarde daquele mesmo dia, em um flagrante por tráfico de drogas. Os três réus foram presos com um carro roubado, dois revólveres, uma espingarda e uma metralhadora artesanal, além de dezenas de munições. A perícia confirmou que três das quatro armas apreendidas foram utilizadas no assassinato de Antunes.
Na época da prisão, a Polícia Civil e a Briga Militar relacionaram o grupo a vídeos que circulavam nas redes sociais de criminosos encapuzados mostrando armas e fazendo ameaças a rivais. Nas imagens do "marketing criminoso", apareciam 11 revólveres, quatro espingardas, duas submetralhadoras e até um fuzil.
Durante a fase judicial, os três réus negaram envolvimento no homicídio ou de integrar uma facção criminosa. Hoffmann alegou que foi preso sozinho na rua da casa onde morava e levado até próximo de uma "biqueira" (ponto de venda de drogas) onde ficou horas dentro da viatura até que outros jovens fossem presos. Ele alega que só conheceu os outros dois réus na delegacia.
Os réus Silva e Cunha tiveram depoimentos semelhantes, alegando que estavam indo juntos comprar drogas em um "biqueira" quando foram presos. Após a prisão em flagrante, os três réus receberam a liberdade provisória, mas foram capturados novamente, por um mandado de prisão preventiva, no dia 20 de fevereiro de 2020 e permanecem recolhidos desde então.