Há 30 dias, ninguém tem notícias sobre Cíntia Tedesco, 39 anos, e Gilberto Marini, 47. Os dois foram vistos pela última vez no dia 26 de julho, em Veranópolis, quando deixaram a casa da mãe de Marini caminhando, entre 9h e 11h. Desde então, nenhum contato ou pista de para onde foram. O desaparecimento aflige os familiares, que lamentam a falta de respostas da Polícia Civil, que é responsável pela investigação.
Procurado pela reportagem, o delegado Tiago Madalosso Baldin não respondeu aos contatos. Quem se manifestou em nome da Delegacia de Veranópolis foi a escrivã Rosemeri Bassotto, que relatou que as investigações não avançaram nestas três semanas desde que a Polícia Civil foi acionada.
— Estamos em investigações e até agora não temos nenhuma informação que acrescenta. Não há nada novo — se limitou a responder.
Esta falta de comunicação sobre um fato tão grave também é relatada pela família de Cíntia.
— Até agora não tem nada, a polícia não me disse nada. Parece que não estão se mexendo. Nenhuma notícia. Quando vamos lá (na delegacia), dizem apenas para aguardar. É tudo muito estranho (sobre o desaparecimento). Está completando um mês. Eu quase não consigo dormir. É muito triste — lamenta Salete Peruzzo, mãe de Cíntia.
O primeiro registro policial foi feito no dia 8 de agosto, quando Salete relatou o desaparecimento. O boletim de ocorrência foi feito 13 dias após o sumiço de Cíntia. Horas depois, a sobrinha de Marini, Thauana Marini, também relatou o desaparecimento do casal.
Na época, o delegado Baldin afirmou que as investigações iniciaram a partir das informações trazidas pelos familiares. Depois disso, nenhuma declaração sobre as diligências ou sobre o paradeiro de Cíntia ou Marini.
O que se sabe sobre os dois foi divulgado por familiares. Natural de Veranópolis, Cíntia retornou para sua cidade natal no primeiro semestre deste ano, após se separar do ex-marido, com quem morava em Guaporé. Deste relacionamento, Cíntia tem um filho de 13 anos, que mora com o pai, desde o desaparecimento da mãe.
— A última vez que falei com ela foi no sábado (dia 23 de julho) e percebemos o desaparecimento dela na quarta (dia 27). Ela me disse que ia para Florianópolis porque tinha uma proposta de emprego — explicou Salete, que encontrou os documentos da filha em um carro utilizado por ela nos dias anteriores ao sumiço.
Também naquela época, Thauana relatou que seu tio Marini e Cíntia estavam em um recente relacionamento amoroso. Este namoro é negado por Salete, porém ela confirma que a filha morava com Marini.
Na época dos registros, a Polícia Civil de Veranópolis confirmou que Marini cumpria pena em regime aberto por tráfico de drogas.