Foi indiciado por homicídio culposo, quando não há intenção de matar, o médico obstetra de 44 anos que colidiu na traseira de um Fiat Palio na noite do dia 8 de março, em Vacaria, causando a morte de Maria Gisele Nunes, de 11 anos. O acidente aconteceu no km 37,6 da BR-116 no sentido Vacaria-Lages. A menina estava no banco traseiro do Palio, que era conduzido pelo pai dela Gerson Nunes, 44. No veículo ainda estava a mãe da criança, Sueli Nunes, 48.
De acordo com a Polícia Civil de Vacaria, a embriaguez, comprovada pelo teste do etilômetro, qualifica o indiciado a responder por homicídio culposo. Na noite do acidente, o equipamento apontou a ingestão de bebida alcoólica - 0,82 miligramas de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões (mg/l). O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) considera crime de trânsito índices iguais ou superiores a 0,34 mg/l.
A investigação se deu após a obtenção de imagens que flagraram o momento da colisão e o percurso que o condutor do Mercedes fazia antes do acidente. Ouvidos pela Polícia Civil, os pais de Gisele, voltavam de uma consulta na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA), quando o automóvel foi atingido na traseira. De acordo com eles, todos estavam de cinto de segurança.
Além do vídeo, os investigadores levaram em conta os registros de um controlador de velocidade que fica cerca de 400 metros antes do ponto do acidente. O delegado regional de Vacaria, Carlos Alberto Defaveri contou à época que o pardal havia registrado 30 km/h, o que indicou que o motorista do Mercedes reduziu a velocidade e "acelerou enormemente depois de passar" pelo controlador.
Encerrada a fase policial, o processo segue no âmbito judicial, com a participação do Ministério Público e da Defesa do médico indiciado. Além de responder pelo crime de homicídio culposo na direção de veículo automotor, que prevê reclusão de cinco a oito anos, o médico responderá por praticar lesão corporal (nos pais da criança) e conduzir veículo sob a influência de álcool.