A investigação sobre a morte de um casal em Galópolis no último sábado (14) aponta um roteiro que, infelizmente, se repete em casos de feminicídio. A vítima e o autor já possuíam histórico de violência doméstica, inclusive com uma medida protetiva imposta pela Justiça, contudo o casal tentava uma nova reconciliação quando o crime aconteceu. Marivane Geraldina Cavalheiro de Oliveira, 49 anos, e Ari de Oliveira, 55, foram encontrados mortos na residência em que moravam. A hipótese inicial da Polícia Civil é de um feminicídio seguido de suicídio.
O caso está em investigação pela Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), que analisa todos os fatos do crime. O inquérito policial segue todos os protocolos, sem descartar nenhuma hipótese, para verificar se houve uma ação de terceiros no homicídio. Contudo, todos os indícios apontam para o feminicídio seguido de suicídio — incluindo as marcas dos tiros e a arma do crime, que foi encontrada próximo ao corpo de Ari.
Outro fator que corrobora é o histórico recente de violência doméstica. Segundo a Polícia Civil, a mulher teve uma medida protetiva de urgência contra o marido decretada em abril. A ordem judicial, contudo, foi retirada a pedido da vítima, que reatou o relacionamento e voltou a morar com o marido. Por isso, a mulher não era acompanhada pela Patrulha Maria da Penha.
Este foi o terceiro feminicídio em Caxias do Sul em 2022. Entre janeiro e abril, o Rio Grande do Sul teve 36 mulheres assassinadas em casos de violência doméstica. Neste período, cinco municípios tiveram dois feminicídios ou mais, e Caxias do Sul aparece entre eles.
Em 16 de março, Lindamir dos Santos, 32, foi esfaqueada logo após sair de um mercado no bairro Reolon. O autor do crime, segundo a Polícia Civil, é Rogério Zeni, 45, que era ex-companheiro da vítima. A investigação aponta que ele cometeu suicídio logo após o feminicídio, em uma residência próxima ao local do crime.
O segundo caso aconteceu no dia 3 de abril, quando Jéssica de Paulo Rodrigues, 25, foi encontrada morta na Represa Maestra. Na noite anterior, ela havia saído para jantar com o ex-companheiro, que desejava a reconciliação. Procurado pela investigação, o suspeito se apresentou a Deam uma semana após o crime e continua preso.
Onde buscar ajuda
:: Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (Deam): (54) 3220-9280
:: Patrulha Maria da Penha: (54) 98423-2154 (o número está disponível para ligações e mensagens de WhatsApp)
:: Central de Atendimento à Mulher: telefone 180
:: Coordenadoria da Mulher: (54) 3218-6026
:: Centro de Referência para a Mulher: (54) 3218-6112