A estimativa é que cerca de 150 servidores participem da simulação de assalto a banco e à sede de uma empresa de transporte de valores em Caxias do Sul na madrugada desta quarta-feira (27). O treinamento está previsto para começar por volta das 2h e deve durar cerca de duas horas na área central da cidade e mais uma hora no interior, já que o desfecho está programado para ocorrer no distrito de Santa Lúcia do Piaí, onde haverá encenação da fuga dos assaltantes. Para a execução do plano de defesa do município serão bloqueadas as ruas Sinimbu e Pinheiro Machado, da Treze de Maio até a Dr. Montaury.
A ação foi divulgada para que os moradores da área central não se assustem com a intensa movimentação policial. Liderada pela Brigada Militar (BM), a simulação é um teste para executar uma pronta resposta contra ataques, como os ocorridos em Criciúma (SC) no final de 2020 e recentemente em Guarapuava (PR). A simulação é chamada de "tomada de cidade", que são ataques planejados e organizados a pontos onde há grandes quantias de dinheiro. O principal alvo do roubo simulado é o Setor de Retaguarda e Tesouraria (Seret) do Banco do Brasil. Também haverá a simulação na sede da empresa Prosegur, que faz transporte de dinheiro em carros-fortes.
Esse plano de defesa foi desenvolvido por determinação do comando da Brigada Militar após análise do mega-assalto em Criciúma. Para isso, os batalhões policiais gaúchos tiveram orientação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e do setor de inteligência da BM. O planejamento foi feito em janeiro em Caxias e agora será colocado em prática para avaliação. Um treinamento semelhante foi realizado recentemente em Campestre da Serra, liderado pelo 10º BPM. Uma simulação de assalto a banco também já foi realizada em Novo Hamburgo. Os ataques na área central em Caxias serão simultâneos. Será usada munição de festim e rojão para simular explosões.
— Teremos um terceiro momento final que será no interior da cidade, em Santa Lúcia do Piaí. Faremos a simulação do abandono dos veículos e fuga para o mato dos delinquentes, seguido de ação do Bope no local com a prisão. Lembrando que todos os "atores" da ação são agentes de segurança pública — explica o tenente-coronel Emerson Ubirajara, comandante do 12º BPM.
Ele ressalta ainda que as cidades que receberam estas duas ações têm em média 200 mil habitantes cada, portanto, com menos da metade da população de Caxias. Como na cidade há um forte aparato policial, com atuação, inclusive, do Batalhão de Choque, o comando da Brigada Militar acredita que é difícil que o município seja atacado. Contudo, o comandante frisa que é essencial que as forças policiais estejam preparadas para agir em qualquer ocorrência semelhante a essa.
— É pouco provável, mas temos que estar preparados para reagir a uma situação de crise como esta.
A simulação contará com a participação do 12º BPM, do 4º Batalhão de Choque e de batalhões das cidades vizinhas. A Polícia Rodoviária Federal (PRF), o Comando Rodoviário da BM, o Batalhão de Aviação, a Polícia Civil, a Guarda Municipal, o Batalhão de Bombeiro Militar, a Fiscalização de Trânsito e o Samu também vão participar da ação.