Em um intervalo de seis dias, dois casos de roubos de ampolas de morfina foram registados na Serra. O primeiro na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) Zona Norte, em Caxias do Sul, no sábado (10), e em Farroupilha, na noite desta quinta-feira (16), no Hospital São Carlos. Os fatos deixaram em alerta as unidades de saúde e hospitais da região. Para que os crimes não se repitam, a aposta é na segurança interna destes locais e no uso de tecnologia para evitar o máximo possível acesso de pessoas externas.
No Tacchini Sistema de Saúde, que engloba o Hospital Tacchini, em Bento Gonçalves, e o Hospital São Roque, em Carlos Barbosa, os procedimentos de segurança e de controle são rígidos para a entrada de pessoas não autorizadas. Na Capital do Vinho, há dois dispensários eletrônicos de medicamentos, tecnologia pioneira em hospitais do país, exceto das capitais. Eles armazenam os medicamentos e os materiais médicos, que são acessados exclusivamente por colaboradores autorizados e previamente cadastrados com o uso de leitor biométrico. Dessa forma, oferecem total segurança e agilizam a manipulação e a administração dos remédios. Segundo a coordenadora corporativa de farmácia interna do hospital, Suhélen Caon, isso previne furtos.
— Nós adotamos as medidas orientadas pela RDC 344, no sentido de controle de acessos automatizados e motorização remota desses itens. Os medicamentos também têm um rastreio, ou seja, tem uma maior segurança — completa.
No São Roque, as medidas de processo restritivo de acesso e controle de estoque são as mesmas. Além disso, informações são enviadas periodicamente para a Vigilância Sanitária. De acordo com Suhélen, o estoque também é reduzido e fica sem acesso para as equipes externas durante o período da noite. Além disso, as duas unidades contam com equipes de segurança, que controlam acesso de pacientes na recepção. Segundo o Sistema Tacchini, o monitoramento é 24h.
Também em Bento, mas na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) o alerta está ligado. Conforme a secretária de saúde, Tatiane Misturini Fiorio, os casos recentes na região deixam uma preocupação e levaram a uma orientação para os agentes de segurança.
— Claro que isso nos preocupa, é um alerta que nos deixa atentos. Nós temos dentro da UPA uma estrutura fechada de farmácia, dentro da própria unidade. Lá tem uma retaguarda de segurança, pois não é aberta. E ao lado da farmácia temos um posto de vigilância 24h, que fica próximo da recepção. A gente solicita uma atenção e cuidado maior, mas temos esse sistema dentro da nossa unidade — explica.
Em Garibaldi, no Hospital São Pedro, os medicamentos estão em locais de difícil acesso e em locais fechados, como explica Rafael Biondo, gerente operacional do hospital:
— Estão em locais fechados. A farmácia tem um difícil acesso para quem não conhece o hospital. Não temos uma vigilância uma 24h, mas todo o hospital tem câmeras de monitoramento que ajudam na segurança.
A reportagem contatou os hospitais Pompéia e Círculo, de Caxias do Sul, e a direção do Hospital Arcanjo São Miguel, de Gramado, sobre o assunto, mas não houve retorno até esta publicação.