A sessão em que está sendo julgado Juliano Vieira Pimentel de Souza, 34 anos, acusado de estuprar e matar Naiara Soares Gomes, de sete anos, em Caxias do Sul, começou às 9h desta quarta-feira (2) e tem previsão de seguir até a noite. O caso ocorreu em março de 2018 e chocou a comunidade.
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Neste momento, está sendo ouvida a segunda testemunha, a delegada da Polícia Civil Suely Rech, que ajudou nas investigações. Antes dela, foi ouvido o delegado que conduziu o inquérito policial, Caio Marcio Fernandes. Ele falou por uma hora e meia, das 10h às 11h30min. Na sequência, será ouvida a mulher que era companheira do réu na época dos fatos e, por fim, a tia da menina que tinha a guarda dela, no total de quatro testemunhas. Antes disso, no início da sessão, foi feita a leitura da acusação e sorteados os sete jurados que compõem o Conselho de Sentença.
A expectativa é que os depoimentos se estendam até meados da tarde, quando será feito um intervalo e retomada a sessão para a fase de debates. Primeiro a promotoria faz a argumentação com prazo de uma hora e meia, após, a defesa tem o mesmo tempo para as alegações. Existe ainda a possibilidade de réplica pelo Ministério Público, em um prazo de uma hora, e tréplica, pelos defensores, também com uma hora.
Se todos esses prazos forem utilizados, a previsão é que o julgamento se encerre por volta das 21h. Essa expectativa pode ser extrapolada, caso os depoimentos das testemunhas se alonguem mais do que o esperado.
O julgamento ocorre em sessão fechada sem presença de público e da imprensa. Na parte externa do Fórum, não houve nenhum tipo de manifestação até este momento.
O réu é acusado de homicídio qualificado, duas vezes por estupro e ocultação de cadáver. A defesa alega que ele cometeu um único crime de estupro que a morte da menina foi decorrente da violência desse crime.
RELEMBRE O CASO
:: Naiara saiu de casa por volta das 6h30min do dia 9 de março de 2018, uma sexta-feira. Ela morava na Rua Vesúvio, no loteamento Monte Carmelo, e seguiu a pé até a Escola Municipal Renato João Cesa, no bairro São Caetano, onde estudava — cerca de dois quilômetros distante da moradia. Um primo de 15 anos deveria acompanhá-la no trajeto, porém o rapaz deixou a menina sozinha no caminho e retornou para esperar a namorada.
:: Pouco depois das 7h11min, momento em que as últimas imagens de câmeras mostram a menina com vida, Naiara foi abordada por Juliano Vieira Pimentel de Souza em um Palio Branco na Rua Júlio Calegari, perto da esquina com a Rua Mozart Perpétuo Monteiro.
:: Para conseguir que Naiara entrasse no veículo, o homem ofereceu uma mochila de bicho de pelúcia. Dentro do carro, ele fez a menina tomar uma bebida alcoólica adocicada com sabor de laranja.
:: Ao chegar na casa de madeira alugada onde morava com a esposa, no bairro Serrano, Juliano carregou Naiara, já embriagada, no colo para o interior do imóvel, que tinha dois quartos, sala, cozinha e banheiro. A mulher não estava em casa.
:: Ele levou a vítima ao quarto do casal e cometeu o estupro. Conforme o depoimento do réu a policiais civis, a menina chorou e, ao tentar silenciá-la, o homem lesionou a coluna da criança e sufocou ela até a morte.
:: Em seguida, Juliano carregou a criança envolta em um cobertor com os objetos — mochila e calçados —, de volta ao carro. Do Serrano, ele dirigiu cerca de 12 quilômetros até uma estrada vicinal às margens da Rota do Sol (RS-453), perto da Represa do Faxinal, em Ana Rech, onde escondeu o corpo um matagal.
:: Ele largou a mochila e calçados pelo mato e, 40 metros adiante, deixou o corpo da menina com as roupas que ela usava ao sair de casa — camiseta, blusa e calça rosa.
:: No início da tarde de 21 de março de 2018, Juliano foi preso pela Polícia Civil em frente à residência que morava no bairro Serrano. Ele apontou o local onde escondeu o corpo de Naiara. A morte da menina foi confirmada oficialmente às 16h55min daquele dia.
:: Por medida de segurança, Juliano foi transferido para o isolamento da penitenciária de Canoas no dia 22 de março de 2018, onde permanece recolhido.
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