Caxias do Sul recebe a partir de quarta-feira (4 de novembro) reforço de policiamento e investigação para o combate ao crime. A garantia desse efetivo foi definida na tarde de ontem, em uma reunião entre o vice-governador e secretário da Segurança Pública, delegado Ranolfo Vieira Júnior, e as chefias das instituições vinculadas à Secretaria da Segurança Pública (SSP), dentro do ciclo de monitoramento da Gestão de Estatística em Segurança (GESeg) do programa RS Seguro.
— Discutimos de maneira aprofundada os fatos ocorridos, especialmente em Caxias do Sul, onde tivemos um crescimento no número de homicídios em outubro, comparativamente a outubro do ano passado. Em razão desses fatos, decidimos que teremos o reforço de 60 policiais de choque, em 16 viaturas que farão uma operação na Serra gaúcha, especificamente em Caxias. Além disso, a Polícia Civil vai reforçar a Delegacia de Homicídios de Caxias, com mais um delegado e uma equipe do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa — revela o vice-governador Ranolfo Vieira Júnior.
Em nota oficial, emitida pela SSP, está definida que as ações de policiamento e investigação permanecerão intensificadas, pelo menos, até a data de realização do 1º turno das eleições, em 15 de novembro, quando haverá mobilização integrada específica para garantir a segurança do pleito. Além disso, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) determinou prioridade para os laudos relacionados a crimes de homicídios, o que também vai colaborar para acelerar as apurações.
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O reforço do efetivo não foi definido apenas pelo aumento do número de casos, mas pela crueldade das ações. Em outubro, em meio às disputas de território na venda de drogas, houveram decapitações, esquartejamentos, homicídios a sangue frio, com tiros à queima roupa, assassinato de membros de uma mesma família, sendo que a mulher estava grávida e corpos carbonizados. O vice-governador também chama a atenção para ações que já foram realizadas em outubro e que tiveram a finalidade de frear a criminalidade. Mas como ainda não foram efetivas, foi preciso determinar o início de uma nova estratégia.
— Identificamos essa situação atípica e imediatamente passamos a adotar ações de contenção. Tanto que a Brigada Militar enfrentou duas situações de confronto com grupos de criminosos que não se renderam a acabaram mortos. A Polícia Civil também já tem mapeada origem do acirramento desses conflitos e está com investigações avançadas. Também estamos em contato permanente com a Secretaria de Administração Penitenciária para afinar a troca de informações e eventuais medidas internas no sistema prisional. Esse reforço de agora chega para tranquilizar a comunidade de que manteremos o monitoramento diuturno das ocorrências, adotando reação enérgica para retomarmos a normalidade — afirma Vieira.
Esses confrontos a que se refere o vice-governador ocorreram nos dias 14 e 31 de outubro. Na operação do dia 14, o Batalhão de Choque havia trocado tiros com criminosos no bairro Pioneiro, em Caxias. Ao serem abordados pelas viaturas, já na RS-122, perto da ponte sobre o Rio Tega, atiraram contra os policiais, que revidaram, matando cinco deles. Um conseguiu fugir para uma área de mata, mas ferido, foi capturado e encaminhado ao Hospital Pompéia, onde morreu no mesmo dia. Na ação mais recente, no dia 31, quatro homens morreram, na área rural de Farroupilha, durante um confronto com o Batalhão de Choque. Segundo o comando da BM de Farroupilha, os quatro mortos integravam uma quadrilha suspeita de dois esquartejamentos na região.
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