Apontado como base das duas facções que disputam a venda de drogas em Caxias do Sul, a Penitenciária Estadual na localidade do Apanhador foi alvo de uma megaoperação na manhã desta quinta-feira. Os resultados, contudo, não foram divulgados. Por envolver mandados de busca e decisões judiciais, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) afirma não ter autorização para divulgar o que foi apreendido durante a operação.
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Operação em penitenciária de Caxias do Sul tem foco em mandantes de assassinatos fora da cadeia
A operação surgiu da necessidade da Polícia Civil em cumprir sete mandados em busca de celulares e outras provas contra suspeitos de ordenar assassinatos. A Susepe aproveitou a mobilização para fazer uma varredura e retirar ilícitos da unidade prisional. Para controlar os 1.022 detentos, foi acionado o apoio dos batalhões de Choque da Serra e de Porto Alegre, totalizando mais de 280 agentes de segurança pública.
O delegado regional Paulo Roberto Rosa da Silva aponta que as investigações iniciaram ainda em outubro de 2018 e busca esclarecer homicídios acontecidos em diversas cidades da Serra. Ao mesmo tempo, as buscas podem auxiliar em inquéritos sobre tráfico de drogas e associação criminosa. Os sete mandados tinham por alvo apenados das galerias B e C, mas a Susepe optou por ampliar a operação pente-fino também para a galeria A.
Esta foi a primeira operação em todas as galerias nos últimos nove anos. A última revista total aconteceu em junho de 2011, quando a cadeia abrigava apenas 300 detentos — menos de um terço da população carcerária atual. A Penitenciária Estadual do Apanhador foi inaugurada em outubro de 2008. A explicação para a utilização de revistas parciais — como em outubro do ano passado quando foram apreendidos 69 celulares na na Galeria C — seria a quantidade de efetivo necessária para a contenção de tamanha massa carcerária.