Se o protesto em frente ao batalhão da Brigada Militar de Caxias do Sul chamou atenção na manhã desta segunda-feira (16), a paralisação dos servidores da Polícia Civil deverá ser ainda mais intensa na Serra. O anúncio é de greve até que sejam anunciadas alterações no pacote de medidas proposto pelo governador Eduardo Leite (PSDB). Desta forma, as operações estão suspensas e só serão atendidos casos graves nas delegacias de plantão. As ocorrências mais simples, como furtos e perda de documento, podem ser registradas pela Delegacia Online.
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Servidores da reserva e familiares de policiais impedem saída de viaturas do 12º BPM em Caxias
O Ugeirm Sindicato, que representa os escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil gaúcha, afirma que o objetivo é evitar que a Assembleia Legislativa vote o pacote de medidas e, assim, forçar o Governo Estadual a retomar as negociações. Os agentes estão paralisados, mas não estão previstas outras ações na Serra.
— A greve é uma parada na delegacia, onde o atendimento está restrito, com apenas 30% do efetivo trabalhando apenas para os casos de urgência. Os atos são todos em Porto Alegre, onde iremos pressionar a Assembleia a não votar o projeto (da forma que está) — afirma Pablo Mesquita, secretário-geral da Ugeirm.
Enquanto prosseguir a paralisação, a Polícia Civil não deve realizar operações ou cumprir de mandados de busca e prisão. A orientação é que até a circulação de viaturas seja reduzida.
Sobre o atendimento à população, a orientação do delegado regional Paulo Roberto Rosa da Silva é que seja utilizada a Delegacia Online para registrar os casos mais simples. O atendimento de prisões e casos mais violentos continua acontecendo na delegacia de plantão.
— Para a maioria dos casos, temos a delegacia online que resolve. Naqueles casos de emergência, como homicídios, estupros e autuações em flagrante, serão atendidos normalmente. Está é a orientação para toda a região — resume o representante da Polícia Civil na Serra.
Protestos na BM não estão previstos, mas a insatisfação prossegue
A mobilização de servidores da reserva e familiares de PMs que impediu a entrada e saída de viaturas no 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM) terminou às 9h40min desta segunda-feira (16). O grupo decidiu liberar o portão para permitir que os policiais em serviço na madrugada fossem para casa e os demais pudessem iniciar o expediente.
A única mobilização prevista para o restante da semana é a ida de uma comitiva da Serra para Porto Alegre, que se encontrará com PMs de todo o estado para reivindicar contra a votação na Assembleia Legislativa. A Associação Beneficente Antônio Mendes Filho (ABAMF), que representa os policiais de nível médio da BM, aponta que não pretende fazer novos bloqueios em frente aos batalhões da região.
— Não podemos dar certeza, até porque não respondemos por toda a tropa. Hoje de manhã, por exemplo, só ficamos sabendo quando o pessoal já estava lá. O que queremos é que a sociedade entenda é que este pacote prejudica todos os servidores do Executivo e, caso aprovado, há o risco da Brigada Militar parar — afirma soldado Potiguara Galvam, que é vice-presidente da Abamf em Caxias do Sul.