Um dos funcionários do empresário de 70 anos sequestrado nesta sexta-feira (1) em Gramado, na Serra, disse ter sido mantido por quatro horas, ao lado do dono do sítio e de um colega, em um espaço para ovelhas. A propriedade fica na localidade de Quilombo, no interior do município. O homem de 66 anos não quer se identificar, mas conversou com a reportagem na manhã deste sábado (2).
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Por volta das 15h, o homem cortava lenha ao lado do empresário enquanto o outro funcionário trabalhava na jardinagem do local. Neste momento, os três criminosos, encapuzados e armados com pistolas, entraram na propriedade pelos fundos. Eles só foram percebidos quando estavam próximos das vítimas.
— O dono me disse “olha lá” é só vi os três se aproximando. Em seguida já disseram “pro chão”. Eles nos levaram para a área das ovelhas e ficaram o tempo todo pressionando o dono. Eles diziam “eu sei que tu tem dinheiro em casa. Se não der, vamos te dar um tiro no joelho”. Eles são profissionais - relata, acrescentando que os criminosos queriam R$ 50 mil.
Durante o sequestro, os assaltantes ligaram para a esposa e a filha do empresário, que estavam na casa onde a família reside. O homem acredita que os assaltantes estavam indo buscar dinheiro com a família quando saíram do sítio.
Na hora em que o grupo saía da chácara com a Hilux do empresário, a esposa do outro funcionário chegava para saber por que o homem demorava para voltar para casa. Ele deveria ter saído do trabalho pouco depois das 17h. A mulher acabou rendida pelos bandidos e obrigada a entrar na caminhonete.
Em seguida, oito policiais civis, deslocados após denúncia de familiares do empresário, chegaram para realizar a abordagem. Os criminosos desobedeceram a ordem de parada e atropelaram dois agentes. Em seguida, trocaram tiros com os policiais, que furaram o pneu da Hilux, e bateram contra um carro da polícia. O trio, então, abandonou a caminhonete com as vítimas dentro e fugiu para a mata.
— Foi tenso. A caminhonete chegava a tremer — lembra o refém.
Na manhã deste sábado, Polícia Civil e Brigada Militar (BM) continuavam as buscas aos bandidos. Eram utilizados helicóptero e drone na operação, além de barreiras terrestres. Foram deslocados o Batalhão de Choque e cães da BM de Caxias do Sul e policiais civis da Região Metropolitana de Porto Alegre e da Região das Hortênsias. A reportagem teve acesso ao local das buscas, mas o nome não é divulgado a pedido da polícia para não atrapalhar a operação.
Um dos policiais atropelados recebeu atendimento e já foi liberado. O outro foi transferido para Caxias do Sul, onde está em observação e passa por exames.
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