Uma sequência de crimes no bairro Imperial, em Vacaria, causou espanto na comunidade ontem. Um homem foi morto a facadas, por volta das 11h. Em seguida, outro foi agredido a tijoladas e morreu horas depois no Hospital Nossa Senhora da Oliveira. Os pontos onde ocorreram os crimes são separados por uma distância de 200 metros. A sequência de fatos não parou por aí. Uma moradia foi incendiada pouco depois. Conforme a Polícia Civil, todos os crimes estão relacionados.
Tudo começou em uma casa na Rua Augusto Terra. Segundo relatos feitos por testemunhas à polícia, um grupo de pessoas passou a noite usando drogas e bebendo no local. Pela manhã, teria ocorrido um desentendimento entre dois integrantes desse grupo: Leimar Augusto de Souza Vieira, conhecido como Lesma, 32 anos, e Rafael Lorenço Neves, 24. Durante a briga, Neves desferiu um golpe de faca no peito de Vieira que mesmo ferido saiu atrás de Neves, mas caiu morto na Rua Francisco Carreno. Neves foi localizado e preso em flagrante.
No depoimento, Neves, que apresentava várias lesões na boca e no nariz, disse que estava sendo agredido a socos e pontapés por Vieira e que reagiu, esfaqueando-o. Vieira tinha antecedentes policiais por estelionato, furto qualificado, e três roubos. O autor confesso do homicídio tem antecedentes policiais por dano, furto qualificado, roubo e um homicídio. Segundo a polícia, não ficou claro o motivo da desavença, já que os dois eram amigos. Neves foi encaminhado ao Presídio Estadual de Vacaria.
Na sequência do assassinato, um primo de Vieira foi até a casa onde havia ocorrido o consumo de drogas (na Rua Augusto Terra) e desferiu uma série de golpes de cacetetes na cabeça e tórax do morador da residência, Roberto Moreira, 43, que, segundo a PC, também tem vários antecedentes policiais. Chegou a ser encaminhado ao Hospital Nossa Senhora da Oliveira, mas não resistiu aos ferimentos.
A Polícia Civil vai esclarecer no inquérito porque o primo de Vieira teria buscado vingar-se em Moreira. O autor deste segundo homicídio também é morador do bairro Imperial, mas não foi localizado pela polícia.
No terceiro fato da sequência de crimes, uma pessoa já identificada ateou fogo na casa de Moreira, que, segundo moradores, era um ponto de consumo de drogas e esconderijo de objetos furtados. Essa pessoa prestou depoimento, alegando violenta emoção e inconformidade geral do bairro com o que acontecia naquela casa.