Um produtor rural de Pinhal da Serra, nos Campos de Cima da Serra, decidiu pagar um exame de DNA para comprovar que uma vaca sua havia sido furtada e estava em meio ao gado de uma outra produtora. O suposto furto de uma vaca da raça charolês, e de um terneiro, foi registrado na Polícia Civil, porém, segundo a Justiça, o animal não possuía uma marca que pudesse comprovar quem era o seu dono. Com a comprovação genética, então, a vaca e o terneiro foram restituídos ao proprietário e a produtora autuada por receptação.
O caso inusitado aconteceu na localidade de Porteira do Pinhal, em maio deste ano, e foi acompanhado pelo delegado Vitor Fernando Boff, que responde pela Delegacia de Esmeralda. Naquele mês, o produtor rural registrou o boletim de ocorrência comunicando o suposto furto e relatando ter visto os animais em meio ao gado de uma produtora da região. Ele chegou a procurar a mulher, mas ela não quis devolver a vaca e o terneiro.
Como a vaca fora um presente de seu pai, o produtor rural propôs arcar com os custos de exame de DNA para comparação do material genético da vaca e do terneiro furtados com o de um animal da mesma família. Diante dessa possibilidade, a Polícia Civil representou por um mandado de busca e apreensão para coleta do material genético, que foi deferida pela Justiça.
O exame foi realizado em um laboratório de Araçatuba (SP) e o resultado, divulgado neste mês, comprovou o vínculo genético alegado pelo produtor rural. A Polícia Civil, assim, restituiu os animais ao legítimo proprietário. A produtora foi indiciada pelo crime de receptação.
— O caso foi tratado como furto, pois as propriedades não são próximas. A mulher (investigada) foi indiciada por receptação porque não há provas de que foi quem furtou, mas sim que ela estava com os animais furtados — explica o delegado regional Carlos Alberto Defaveri.