A apreensão de três quilos de explosivo caseiro, nove coquetéis molotovs e quase 300 munições calibre 9mm evitaram um atentado contra policiais na Serra. De acordo com a Polícia Civil, o investigado planejava vingança contra policiais militares que mataram o seu irmão em um confronto no início de agosto. Ele foi preso em um apartamento do conjunto habitacional Campos da Serra, em Caxias do Sul. No entanto, o criminoso é vinculado à guerra entre facções pelo domínio da venda de drogas em Bento Gonçalves.
O flagrante aconteceu ao meio-dia desta sexta-feira (13), no Bloco C da Torre 8 do residencial popular. O investigado foi preso junto com a esposa, mas as identidades não foram divulgadas. Eles foram autuados por posse de explosivos, posse de munição e tráfico de drogas, pois também foram encontrados três tijolos de maconha no apartamento.
— A informação que temos é que houve um confronto da BM com o irmão dele e ele iria reagir, ia fazer uma represália aos órgãos de segurança. É um sujeito conhecido, também é investigado pela prática de diversos homicídios em Bento Gonçalves — aponta o delegado Adriano Linhares, da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
O Grupo de Ações Táticas (Gate), de Porto Alegre, foi acionado até o Campos da Serra para desativar e remover o explosivo (emulsão com espoleta e cordel detonador). Após perícia, o explosivo e os coquetéis molotov serão destruídos.
O confronto que matou o irmão do preso nesta sexta teria acontecido na ERS-444, rota turística entre Monte Belo do Sul e Bento Gonçalves, no dia 6 de agosto. Na ocasião, policiais militares de Encantado perseguiram um Fox com as placas clonadas até que houve a troca de tiros. Leonardo Jean Farezin Waskievicz, 24 anos, morreu no confronto. Ele portava uma pistola 9mm e deveria estar cumprindo pena em prisão domiciliar. Segundo a BM, ele era morador de Bento e possuía antecedentes por roubos, porte ilegal de arma de fogo e furto em veículo.
A investigação que levou à apreensão de explosivos em Caxias nessa sexta faz parte de uma força-tarefa da Polícia Civil contra a onda de homicídios relacionados ao avanço do tráfico de drogas em Bento Gonçalves. A Capital do Vinho contabiliza 42 assassinatos em 2019.