O desaparecimento do busto do empresário Cândido João Calcagnotto ficará sem resposta em Caxias do Sul. O furto do monumento foi percebido por familiares do homenageado em julho de 2018. Como o local não é monitorado por câmeras e não foram encontradas testemunhas, a investigação não avançou.
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O busto pesava cerca de 50 quilos, era feito de bronze e foi esculpido por Bruno Segalla. Por envolver um patrimônio público, o crime é caracterizado como furto qualificado, cuja pena prevista é de dois a oito anos de reclusão. O caso é responsabilidade da 1ª Delegacia de Polícia e qualquer informação sobre furtos ao patrimônio público podem ser denunciadas anonimamente pelo (54) 3221-4000.
O sumiço do busto da Praça da Bandeira fez parte de uma sequência de furtos a monumentos e placas que dilapidou o patrimônio histórico-cultural de Caxias do Sul. Na época, sem conseguir responder às ações dos bandidos, a prefeitura decidiu por recolher materiais de bronze ou outros metais de fácil venda e providenciar a reposição por peças de acrílico, que não teriam valor de troca para os ladrões.
O monumento a Cândido João Calcagnotto, considerado um dos pioneiros do comércio caxiense, foi inaugurado pelo então prefeito Mansueto Serafini, no dia 15 de maio de 1979. De acordo com a Secretaria da Cultura, o monumento (incluindo a base de alvenaria) media 2,70m de altura por 1,40m de largura. A homenagem ao empresário ainda contava com duas placas de bronze, que foram furtadas em 2010 e nunca foram repostas.
Na época, a responsabilidade sobre a reposição do monumento era uma incógnita. Originalmente, o monumento foi custeado por familiares de Calcagnotto. Inclusive, a família ainda tem o molde de gesso original do busto.
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal de Cultura informa que não há um projeto a curto prazo sobre o monumento. Desde o furto, a Praça da Bandeira apresenta três bases de alvenaria vazias.
— Estamos desenvolvendo um trabalho para repor as placas que estão faltando no município, em seguida veremos a questão do busto. O município pode se responsabilizar pela reposição, mas não é um projeto simples. A documentação que temos é fotográfica, precisamos verificar os moldes — aponta Heloíse Salvador, coordenadora do Departamento de Proteção ao Patrimônio Histórico e Cultural (DIPAHC).