A Polícia Civil de Bento Gonçalves trata como um duplo homicídio o ataque contra Andressa Weber Erbice, 24 anos, e sua bebê, que nasceu prematura de sete meses em razão do crime. A menina foi socorrida em uma cesárea de emergência no Hospital Tacchini, mas não resistiu e morreu cerca de seis horas após o parto.
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O duplo homicídio aconteceu na entrada de uma residência da Rua Plauto de Abreu, no bairro Santo Antão, por volta das 21h de terça-feira (22). O atirador fugiu em um Gol branco. O automóvel, que havia sido furtado em Veranópolis no último sábado (18), foi abandonado em matagal próximo ao bairro Tancredo Neves.
O caso é tratado como uma execução pelo delegado Álvaro Becker, titular da 2ª Delegacia de Polícia (2ª DP). Andressa e sua bebê foram mortas com cinco tiros de revólver. A motivação do duplo homicídio não está esclarecida. Os investigadores procuram por testemunhas e imagens de câmeras que possam auxiliar na elucidação do crime.
O sepultamento das vítimas é organizado pela Funerária Santa Clara, de São Francisco de Assis. Contudo, até as 17h desta quarta-feira, ainda não havia previsão de início do velório pois os corpos ainda não haviam sido liberados pelo Posto Médico Legal (PML) de Bento Gonçalves. O sepultamento será no cemitério municipal de São Francisco de Assis.
Com este duplo homicídio, Bento Gonçalves registra 16 assassinatos em 2019. No mesmo período do ano passado, o município contabiliza 19 mortes por violência - 2018 terminou com 52 assassinatos.
Confira a entrevista do delegado Álvaro Becker:
Pioneiro: O caso é tratado como duplo homicídio?
Delegado Álvaro Becker: É um duplo homicídio. Toda a criança que nasce e respira, se torna um cidadão de direito e personalidade. Como pessoa, foi vítima deste brutal assassinato.
O bebê foi baleado?
Não podemos confirmar a causa da morte (se o bebê foi baleado ou se faleceu em razão de ser prematuro), mas o que podemos ter certeza é que é em decorrência desta morte (da mãe). São complicações que, se não tivesse acontecido (o ataque), não haveria morte da criança.
Já esclareceram como aconteceu o crime?
Ela foi morta dentro de casa. Conforme as informações, o criminoso bateu na porta e, quando ela abriu, ele atirou. Talvez quando ele foi recarregar, este companheiro da mulher conseguiu fechar a porta. Os novos tiros, assim, foram só na porta. Era um atirador, que foi auxiliado por outro homem que seria o motorista do carro. Eram duas pessoas, no mínimo.
Portanto, a grávida era o alvo do ataque?
De início, houve uma informação errada que ela havia sido atingida através da porta. Mas, não. Ela abriu a porta e ele atirou nela. É uma execução. Com cinco tiros, não há engano. Quanto ao companheiro, ainda não consigo dizer se é uma vítima (de tentativa de homicídio), embora, segundo ele, o criminoso atirou contra ele, mas a porta foi fechada e por isso ele não foi atingido.
A linha de investigação é relação com o tráfico de drogas?
Geralmente, são execuções do tráfico. Poderia ser passional, mas por enquanto não há qualquer relação entre casal. Um feminicídio é uma hipótese bem remota. A mulher e o companheiro possuem antecedentes policiais, mas prefiro não passar mais detalhes para não atrapalhar a investigação.