Apesar de mostrarem descrença na relação entre as mensagens de extorsão supostamente por facções recebidas por donos de boates, as lideranças policiais de Caxias do Sul tratam o caso com severidade. Porém, Brigada Militar (BM) e Polícia Civil são uníssonas em afirmar que as vítimas não podem ceder a extorsão e repassarem dinheiro a estes criminosos.
— Isto é um golpe, uma oportunidade. Se o cidadão se permitir esta extorsão, irá ampliar cada vez mais. É uma espécie de estelionato, mas para legislação penal é extorsão. No final, é uma tentativa de ganhar dinheiro. Mais um caminho ilícito, só que sem ter que pegar em uma arma e correr o risco de levar um tiro — analisa o delegado Adriano Linhares, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
— A orientação sempre será a mesma. As pessoas não podem pagar, ou estaremos abastecendo o crime e chegaremos em um ponto que não terá mais volta. Temos que nos postarmos como cidadãos de bem e não nos sujeitarmos a este tipo de situação. Ou, as coisas ficarão muito mais difíceis do que já estão. Tem que denunciar, nos liguem que iremos aumentar o policiamento, na medida do possível, e forneceremos contatos mais aproximados. A comunidade não pode baixar a cabeça — reforça o major Emerson Ubirajara, subcomandante do 12º Batalhão de Polícia Militar (12º BPM).
Responsável pela identificação dos autores das mensagens, a 1ª Delegacia de Polícia (1ª DP) prega a cautela. Enquanto busca informações das vítimas e rastreia os criminosos, o delegado Vítor Carnaúba aponta que é muito cedo e nenhuma possibilidade pode ser descartada.
— Estamos no início da investigação e pedindo a quebra de sigilo. Não podemos falar em facção. Pode ser uma espécie de estelionato, com alguém se valendo da notícia, da existência de facção para ganhar algum dinheiro. O que está nas ocorrências são apenas mensagens por celular — aponta o chefe da 1ª DP, que reforça a orientação:
— Não paguem os criminosos e procurem a Polícia Civil que estamos orientando a todos.