Após o assalto a dois bancos em Ibiraiaras, dezenas de moradores se reuniram em frente ao Hospital Municipal São José, comovidos. A mobilização ocorre porque há uma informação, ainda não confirmada pela Brigada Militar (BM) ou pela casa de saúde, de que um dos reféns foi assassinado durante o roubo. O hospital apenas informa que atende um homem baleado e dezenas de pessoas em estado de choque.
O coronel Ricardo Cardoso, comandante do Comando Regional de Policiamento Ostensivo (CRPO) da Serra, confirma que houve um confronto entre assaltantes e a BM local e que um refém acabou baleado. Não há informações oficiais sobre o estado de saúde dele. O coronel Cardoso ainda afirma que um dos bandidos foi preso e outro quatro estão escondidos em um matagal.
— É um local de pouco sinal telefônico, a comunicação está bem ruim e as informações esparsas. Estamos enviando cada vez mais reforços, inclusive o canil para possibilitar as buscas nas matas — relata.
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Um dos moradores que estava em frente ao Hospital São José na tarde desta segunda-feira é o autônomo Júlio Stella. Ele caminhava pela Rua Antônio Stela, onde ficam as agências do Banrisul e Banco do Brasil, quando a ação criminosa se iniciou. Confira o relato:
O que o senhor presenciou?
Não tenho certeza, mas acho que era umas 13h30min quando chegou um Onyx e um Voyage vermelhos. (Os bandidos) já desceram invadindo os bancos. Deram tiros, foram intimidando e fizeram um cordão humano com todos que estavam em volta, na rua. Durou uns 20 minutos o assalto. Roubaram o Banrisul e o Banco do Brasil. Também tentaram assaltar a lotérica do outro lado (da rua), só que ela é blindada. Então, deram vários tiros e usaram uma marreta, mas não tiveram êxito (em arrombar e assaltar).
Foram feitos reféns?
Levaram três reféns. Infelizmente, eles atiraram contra um funcionário do Banco do Brasil. Ele (vítima) foi abandonado dentro de um dos carros vermelhos. Foi baleado covardemente.
Foi um ataque muito violento?
Houve muito pânico na cidade e muitos tiros, mas muitos tiros mesmo. Já presenciei outros assaltos (a banco na cidade), mas nunca com tanta violência. Foram muito mais violentos e muitos tiros contra a lotérica.
O que o senhor fazia naquele momento?
Eu estava na rua, como de rotina. Dava uma caminhada após o almoço. Sou autônomo e moro a uma quadra dos bancos. Estou sempre por ali, devia estar a uns 100 metros dos bancos. A primeira coisa foi me defender, né? Procurei me isolar e fugir para o condomínio.
Onde o senhor está agora?
Agora, estou na frente do hospital. Tem muita gente aqui. Todo mundo está apavorado. Além do assalto, feriram um inocente. É lamentável.