A Operação Candy Shop, deflagrada pela Polícia Civil nesta terça-feira contra a venda de drogas sintéticas na Serra, foi a quarta prisão por tráfico de Marco Andrews Goettens, 23 anos, nos últimos 12 meses. Ele seria a peça central de um esquema que movimentava cerca de 1,8 mil unidades de ecstasy e LSD por semana. A operação resultou 10 prisões preventivas em três cidades gaúchas.
Em 11 de maio, por exemplo, Goettens foi abordado por policiais militares ao receber um envelope com 150 comprimidos de ecstasy no setor de cargas da estação rodoviária de Caxias. Na época, Goettens alegou que era apenas o encarregado de transportar a droga, mas não informou onde seria o local da entrega e nem de onde o ecstasy veio.
Após ser beneficiado com a liberdade provisória, Goettens ficou sob a vigilância da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec). A investigação confirmou que o rapaz liderava um esquema criminoso em parceria com a companheira. A mulher era responsável pela parte "administrativa" do tráfico, realizando o pagamento das drogas.
Conforme a Defrec, o casal não negociava os entorpecentes diretamente aos usuários. Esta tarefa cabia a "traficantes menores", que mantinham seus clientes preferenciais e também vendiam em festas. Desta forma, a associação criminosa abastecia diversas cidades da região, incluindo Vacaria, onde ocorreu uma das prisões desta terça-feira.
As prisões de Goettens
As quatro prisões Marco Andrews Goettens por tráfico ocorreram em Caxias do Sul, sendo duas pela Brigada Militar e outra pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Nos últimos 12 meses, ele entrou no presídio no dia 3 de novembro de 2017 e saiu seis dias depois; em 12 de maio, voltou à cadeia, saindo no dia 9 de julho; em 7 de agosto foi detido novamente e saiu após nove dias preso.
Jovens, sem antecedentes e com carteira assinada
A Operação Candy Shop prendeu cinco homens e duas mulheres em Caxias. Os investigados têm entre 18 e 25 anos e a maioria não possui antecedentes criminais. Chama atenção o nível econômico dos presos: um deles trabalhava como assistente comercial em um hotel e, outro, foi abordado durante o expediente em uma empresa metalúrgica da cidade. Goettens, por exemplo, até pouco tempo atrás, trabalhava no setor administrativo de uma empresa de agronegócio. Sua companheira atua em uma clínica estética.
Também ocorreram as prisões do fornecedor em Esteio, de um revendedor em Vacaria e de uma terceira mulher em Santa Maria. Também foi cumprido um mandado de busca em São Gabriel.
Os mandados cumpridos na deflagração da Operação Candy Shop resultaram na apreensão de 316 comprimidos de ecstasy, 12 pontos de LSD, 1,4 quilo de maconha e 10 porções de cocaína.