Pai e avó dedicado e amoroso, trabalhor, honesto, torcedor apaixonado do Grêmio, uma pessoa que só fazia o bem. É assim que Maria Inês Pereira Gomes de Oliveira, 53 anos, descreve o homem com que foi casada por 40 anos. Emocionada, a esposa do taxista João dos Santos Oliveira, 59, vítima de um latrocínio (roubo com morte) na noite da terça-feira, em Caxias do Sul, conta que tinha medo que o marido dirigisse táxi pelas ruas da cidade.
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— Eu achava muito perigoso, nós conversávamos e eu tinha medo medo dele dirigir táxi, não gostava muito, porque a maldade tomou conta do mundo, e agora olha o que aconteceu, eu perdi meu marido, lamenta.
Na noite de terça-feira, Maria ligou para João antes de ir até a Igreja, mas ele não atendeu. Houve uma conversa rápida quando ele retornou a ligação à esposa, avisando que iria desligar porque faria uma corrida. Como habitual, ela desejou que ele ficasse com Deus, e combinaram de conversar novamente logo mais.
— Ele estava demorando para me ligar de volta, e fiquei preocupada. Liguei uma, duas, três vezes e a apreensão aumentou, porque já estava sentindo algo. Devo ter ligado umas sete a oito vezes, e quando cheguei em casa recebi a notícia de que meu marido tinha sido assassinado. Ele foi tirado de nós, desabafa.
Em casa, João gostava de brincar com os quatro netos, tomar chimarrão e assistir aos jogos de futebol.
— O João era um pessoa ótima, ele era amigo de todos, brincava com as pessoas e era um pai e avó muito amoroso, trabalhador e honesto, não foi por nada que nós ficamos casado por 40 anos. Nos casamos quando eu tinha 14. Ele era apaixonado por futebol e quando o Grêmio jogava então, era uma felicidade. Amava o Grêmio.
Oliveira era natural de Rodeio Bonito e morava no bairro São Victor Cohab. Ele deixa a esposa Maria, os filhos Dagoberto, 34, Adavilson, 27 e Amanda, 18 e os netos Lavínia, 14, Davi, 4, Enzo Henrique, 3 e Rafael, seis meses. O corpo de João dos Santos Oliveira será sepultado às 10h de hoje no cemitério do Bairro Rosário em Caxias do Sul.
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