Uma operação deflagrada na manhã desta segunda-feira (27) combateu o crime de pornografia infantil no Rio Grande do Sul. A ofensiva chamada de Infância Protegida II cumpre 16 mandados de busca e apreensão em oito cidades gaúchas: Porto Alegre, Esteio, São Leopoldo, Viamão, Caxias do Sul, Passo Fundo, Ipê e Rio Pardo.
Em Caxias do Sul, o mandado de busca foi cumprido no bairro Cruzeiro e nada foi apreendido. Na região dos Campos de Cima da Serra, policiais recolheram eletrônicos contendo imagens com nudez de menores de idade. No endereço, em Ipê, um homem de 40 anos foi autuado em flagrante. Conforme a Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente (DPCA) de Vacaria, a perícia poderá determinar se o material foi compartilhado, o que resultaria em uma pena mais gravosa para o flagrado.
Até as 10h, outras quatro pessoas haviam sido presas em flagrante por armazenar material contendo pornografia infanto-juvenil. Os presos têm entre 30 e 60 anos, são de classe média alta e foram detidas em Porto Alegre, Rio Pardo e Esteio. Também foram apreendidas armas e uma pequena quantidade de droga.
Um sexto homem também foi preso em flagrante, mas por manter dinheiro falso em casa. Ele também é suspeito de armazenar imagens contendo pornografia.
Agora, o Departamento da Criança e do Adolescente (Deca) e a Delegacia de Polícia da Criança e do Adolescente Vítima (DPCAV), com ajuda do Instituto-Geral de Perícias (IGP), vão tentar identificar se os detidos também compartilharam o material e se cometeram outros crimes no passado, como estupro.
— É importante a ajuda que o IGP nos dá, porque só o crime de armazenamento é passível de fiança. Se conseguirmos identificar que essas pessoas também compartilharam as imagens, elas não poderão ser liberadas. O inquérito policial segue, como já seguiu depois da primeira fase da operação — afirmou a delegada Adriana Regina da Costa, responsável por coordenar a ação.
Alguns dos presos foram encontrados a partir da primeira fase da investigação, por meio de redes de compartilhamento. As imagens eram repassadas na chamada "deep web", uma área da internet difícil de ser acessada. Nos computadores apreendidos, a polícia encontrou imagens de crianças e de bebês de dois anos. Não se sabe se as crianças são brasileiras ou não.
— Este é um trabalho de investigação qualificado, com técnicas modernas de rastreamento. Fica o alerta de que a Polícia Civil tem uma investigação qualificada e que os criminosos não ficam no anonimato, mesmo quando os crimes são cometidos pela internet — alertou a delegada Andrea Magno, que também participa da operação.
A primeira fase da operação, em fevereiro, teve três presos e seis mandados de busca e apreensão cumpridos no Estado. Até julho deste ano, 53 pessoas foram presas por estupro de vulnerável em Porto Alegre.
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