Pouco mais de 15 pessoas foram até o fórum acompanhar a chegada de Juliano Vieira Pimentel de Souza, 31 anos. Ele responde pelo rapto, estupro e assassinato de Naiara Soares Gomes, menina de sete anos que desapareceu quando seguia para a escola em Caxias do Sul. Esta é a primeira vez que o autor confesso retorna para a cidade desde a sua prisão, no dia 21 de março.
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Souza está recolhido no isolamento da Penitenciária Estadual de Canoas 2 (Pecan 2). O transporte do réu foi feito por uma equipe de Porto Alegre da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe). Esta primeira audiência estava prevista para às 13h30min, porém o réu chegou próximo das 14h. Algemado, Souza foi conduzido para dentro do Fórum por uma porta lateral do estacionamento. Nos vinte segundos que ficou à vista, o réu ouviu diversos xingamentos dos manifestantes.
O baixo número de pessoas presentes para protestar não surpreendeu. A própria família já havia manifestado que não pretendia participar e pedia para que fosse evitado qualquer tumulto, o que poderia prejudicar o andamento do processo.
Segredo de justiça
Os atos processuais, em regra, são públicos, mas alguns processos são determinados por lei para que tramitem em segredo de Justiça. É o caso de crimes sexuais e que envolvem menores de idade. Desta forma, as informações sobre o andamento do caso Naiara estão limitados às partes envolvidas _ acusação e defesa. O advogado da família de Naiara, Matheus Bertaiolli Rodrigues, lembra que já houve um vazamento que trouxe muita dor à família na época do encontro do cadáver.
Desta forma, poucos os detalhes divulgados sobre o andamento do processo foram divulgados e as partes evitam se manifestar. A audiência é conduzida pela juíza Milene Rodrigues Fróes Dal Bó. A promotora Sílvia Regina Becker Pinto representa do Ministério Público (MP).
A defesa é feita pelos defensores públicos Mário Rheingantz, de Sapucaia do Sul, e Willian Bolfoni, de Campo Bom. A designação de defensores de fora da cidade foi solicitada pela Defensoria Pública de Caxias do Sul em razão da comoção pública do caso.
A sessão ocorre na sala de audiências da 1ª Vara Criminal. A expectativa é que sejam ouvidas 16 testemunhas indicadas pelo Ministério Público. Uma delas, uma menina de oito anos, será ouvida em separado, na sala de depoimento especial do Fórum, segundo determinação judicial. A intenção era que Souza fosse interrogado no final desta audiência.
— Em tese, é para serem ouvidas todas as testemunhas e ao final, se possível, o interrogatório do réu — aponta Rheingantz.