A tentativa de arrombamento de uma lotérica de Caxias do Sul terminou com um criminoso morto e outros dois presos — sendo um deles em estado grave — seria o plano mais ambicioso de um pedreiro e dois recicladores do bairro Reolon. Não há notícia do trio atuando junto antes, mas cada um deles estava acostumado a praticar crimes de menor potencial ofensivo e estava em liberdade provisória.
Para ter acesso ao edifício da agência, o trio teria pulado o muro de uma obra na Rua Henrique Leonardi e escalado até o telhado. Os criminosos fizeram um buraco na chapa de concreto de uma academia no segundo andar do imóvel. A intenção era chegar à lotérica que fica no térreo. Os golpes de marreta, porém, alertaram a vizinhança e o furto foi frustrado pela ação da Brigada Militar (BM).
Nas proximidades, a BM recolheu um Corsa emplacado em Otacílio Costa (SC) que seria o veículo de fuga dos criminosos. Na Polícia Civil, o caso foi registrado como uma tentativa de furto arrombamento e tentativa de homicídio contra os PMs.
A investigação é responsabilidade da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec). Um dos pontos a serem esclarecidos é a procedência de um revólver calibre .38, que foi apreendido com quatro estojos deflagrados e uma munição intacta. A arma, que tinha a numeração suprimida, estava com Felipe da Silva Boccalon, 23 anos, que morreu na troca de tiros com os PMs.
OS ENVOLVIDOS
Felipe da Silva Boccalon, 23 anos
Morto na troca de tiros, Boccalon possuía uma extensa ficha policial, que iniciou em 2013 e inclui crimes de roubo, porte ilegal de arma restrita, estelionato, receptação, furto qualificado, desacato e posse de entorpecentes. O rapaz estava em liberdade desde o dia 17 de agosto de 2016. Boccalon era morador do bairro Reolon e, conforme dados oficiais, trabalhava como reciclador.
João Maria Rodrigues Padilha, 39 anos
Padilha é morador do bairro Reolon e trabalharia como pedreiro, porém desde 2004 está envolvido em crimes. Sua primeira passagem é por um furto descuido. Ao longo dos anos, Padilha ficou conhecido por suas constantes entradas e saídas no sistema penitenciário.
Sua ocorrência mais grave foi uma prisão em flagrante por tráfico de drogas no dia 25 de maio de 2013. Na ocasião, o pedreiro e outras três pessoas foram flagradas na Rua Sady Antunes de Souza com 31 pedras de crack, sete papelotes de cocaína, 16 porções de maconha e R$ 1,7 mil em espécie. Padilha estava em liberdade desde o dia 22 de novembro do ano passado.
Na troca de tiros da madrugada, Padilha foi atingido no olho e caiu do terceiro para o segundo pavimento do edifício. Até o fechamento desta edição, o pedreiro seguia internado em estado grave na UTI do Hospital Pompéia.
Tailer Antônio Rodrigues da Silva, 19 anos
Silva também é morador do bairro Reolon e trabalharia como reciclador. O rapaz possui passagens como adolescente infrator, incluindo um roubo a estabelecimento comercial. Como adulto, Silva responde por um porte ilegal de arma de fogo em 2016. Esta é a primeira vez que reciclador é recolhido no sistema penitenciário. Após o flagrante, ele foi encaminhado para a Penitenciária Estadual no Distrito do Apanhador.