Responsável pelo combate a crimes de extorsões, o delegado Adriano Linhares, da Delegacia de Furtos, Roubos, Entorpecentes e Capturas (Defrec), faz um alerta sobre as redes sociais. Na busca por recuperar o bem, as vítimas divulgam e pedem que outras pessoas compartilhem fotos e informações sobre o veículo. Porém, é cada vez mais comuns que os criminosos aproveitarem essas informações e tentarem extorquir dinheiro das vítimas, mesmo sem nunca terem tido acesso ao automóvel.
— Esses infratores, ao verem os alertas, constatam que aquela vítima está em uma situação mais vulnerável e tentam tirar o dinheiro dela. Só com as informações que a própria vítima forneceu (nas redes sociais), eles fazem a extorsão — explica o chefe da Defrec.
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Como também ocorre em outros golpes por telefone, a maioria dos autores são presidiários. Eles aproveitam a fragilidade do sistema penitenciário para inibir a entrada de celulares e, com tempo de sobra, aprendem a enganar as vítimas. Por isso, conforme o delegado Linhares, não há um padrão no valor pedido pelos bandidos. Quanto mais caro for o automóvel, mais alto será o valor do resgate. O comportamento da vítima também é analisado pelos bandidos na hora do contato. Quanto mais a pessoa cede, maior é o dinheiro solicitado.
— Muitas vítimas caem nestes golpes (extorsões) mais de uma vez e, só depois, procuram pela polícia. É importante que todos se conscientizem — reforça o delegado Linhares.