A Polícia Civil de Caxias do Sul já registrou cerca de 80 ocorrências contra a loja Z&M Celulares, investigada por vender e não entregar os aparelhos. Os produtos, principalmente iPhones, eram comercializados praticamente pela metade do preço comum de mercado.
De acordo com o delegado Vítor Carnaúba, da 1ª Delegacia de Polícia de Caxias do Sul, novas ocorrências são registradas quase diariamente. O caso segue em investigação e a polícia aguarda medidas judiciais para realizar novas diligências. Somente depois disso é que o inquérito será concluído.
Os primeiros relatos de consumidores lesados surgiram no início de março. Os aparelhos eram vendidos à vista e sob encomenda e, na data programada, não eram entregues. No dia 14 de março, o Procon, por meio de uma medida cautelar, proibiu a loja de vender qualquer produto até que houvesse o ressarcimento dos consumidores e a comprovação de origem dos celulares.
Conforme o coordenador do Procon de Caxias, Luiz Fernando Del Rio Horn, nesta semana a proprietária da loja, Bianca Zaccani, entregou documentos de ressarcimento de pelo menos 100 consumidores. Segundo ela, o estabelecimento devolveu cerca de R$ 600 mil. Em uma análise rápida dos documentos, porém, Horn identificou R$ 463 mil devolvidos. O valor ainda precisa passar por um cálculo mais detalhado e o Procon vai confirmar com os consumidores se eles, de fato, receberam.
A estimativa é que ainda esteja pendente o ressarcimento de outros R$ 200 mil. Segundo o coordenador do Procon, a venda na loja só será liberada se a devolução for confirmada e houver um plano de ressarcimento dos demais consumidores. Ainda assim, a comercialização será possível somente com produto à pronta entrega.
À Polícia Civil, a proprietária e funcionários negaram se tratar de golpe. Quando as reclamações começaram, eles disseram que a carga de celulares foi roubada em Porto Alegre e que houve problemas no aluguel de um depósito.