Durante as 10 horas em que a Brigada Militar (BM) tentou libertar uma mulher, de 58 anos, do domínio do marido armado em Farroupilha, o suspeito de 51 anos não fez qualquer tipo de exigência. Diante disso, das repetidas ameaças de morte e até tiros disparados contra os policiais militares, a BM optou por invadir a residência. No resgate, o suspeito atirou novamente e morreu no confronto com os policiais.
O cárcere privado em uma residência do bairro São Francisco se iniciou às 19h de domingo (17), quando a própria vítima ligou para o 190. Inicialmente, a ocorrência foi atendida pelo 36º Batalhão de Polícia Militar (36º BPM), que é responsável por Farroupilha. Como os PMs foram recebidos a tiros, o Batalhão de Operações Especiais (Bope), que tem sede em Porto Alegre, foi acionado para tentar a negociação. A equipe especializada chegou à meia-noite.
— Não houve exigência de nenhum tipo em nenhum momento. Ele (suspeito) falou em diversos momentos que só sairia dali morto — relata o delegado Ederson Bilhan, responsável pela investigação sobre o caso.
De acordo com o Bope, não houve possibilidade de convencimento, o que obrigou os policiais a entrarem na casa diante da continuidade das ameaças contra a mulher. O confronto aconteceu por volta das 5h desta segunda-feira (18). A mulher de 58 anos foi resgatada sem ferimentos. Por precaução, ela foi encaminhada para um hospital para avaliação. Ela deverá ser ouvida pela Polícia Civil nos próximos dias.
Nenhum policial militar foi ferido na troca de tiros. Com o suspeito, foi apreendido um revólver calibre .32 com numeração raspada. A arma estava com seis projeteis deflagrados.
O nome do homem de 51 anos não foi divulgado pela Polícia Civil em razão da legislação sobre abuso de autoridade. Ele trabalhava como segurança em um condomínio e não possuía ocorrência por violência doméstica.
— O único registro que possuímos é um de ameaça, mas foi por uma desavença no trabalho. Se tinha histórico de violência doméstica, não era do nosso conhecimento. Naquele momento (da negociação), ele estava intransigente, mas não dizia qualquer motivo ou pedido — relata o delegado Bilhan.