A Polícia Civil de Nova Petrópolis encaminhará, ainda nesta sexta-feira (26), o inquérito sobre a morte do empresário Josef Paulo Lüdke, 65 anos, à Justiça. Segundo o delegado Camilo Pereira Cardoso, o homem de 39 anos que admitiu ter assassinado a vítima será indiciado por latrocínio (roubo que teve como resultado morte).
O crime ocorreu na noite do dia 18 deste mês em um espaço onde são realizados eventos, no bairro Linha Imperial, próximo da RS-235. O empresário foi atingido com diversos golpes na cabeça. Ele chegou a ser socorrido e levado ao hospital, mas morreu horas depois.
A polícia identificou o autor do crime por meio de imagens de câmeras de monitoramento e outros indícios. Ele havia sido contratado por um prestador de serviços para a atividade de jardinagem no local. A investigação chegou a seguir uma linha diferente da de roubo porque o celular e uma quantia em dinheiro levados da vítima não tinham sido encontrados em uma primeira busca na casa do autor confesso. Contudo, em uma segunda verificação na moradia do homem, na última quarta-feira (24), o aparelho e R$ 500 foram localizados, reforçando a tese do latrocínio. Além disso, nenhuma pessoa ouvida trouxe informação, durante os depoimentos, que pudesse indicar outro motivo para a morte.
A investigação apontou que o empresário estava na propriedade com um amigo e duas crianças, por volta das 20h, quando o jardineiro pulou uma cerca e entrou. Essa testemunha deixava o local de carro e avistou o jardineiro, mas não estranhou a presença, já que muitas pessoas costumam ir visitar o lugar. Ainda não é possível precisar o momento do assassinato, mas o delegado acredita que o autor confesso tenha ficado certo tempo com a vítima já ferida e só tenha fugido quando percebeu a aproximação da família e da polícia, que chegaram em torno de 22h30min.
Ainda conforme apuração da polícia, a filha do empresário estranhou a demora do pai voltar do interior e ligou para ele minutos antes das 22h. Quem atendeu a chamada para o celular foi o autor confesso do crime. Ele teria dito que era engano. Diante disso, a filha acionou a Brigada Militar.
– Foi chocante porque a vítima ficou agonizando e ele permaneceu no local, riscou a televisão, atendeu o telefone da vítima, quando tocou e era a filha da vítima ligando... ele ficou no local por um bom tempo, até próximo a chegada da polícia. No relato, ele foi bem frio, não alterou o ânimo – descreveu o delegado.
O homem foi preso preventivamente no dia seguinte ao crime e permanece na Penitenciária Estadual do Apanhador, em Caxias do Sul. Ele tem passagens policiais por ameaças no âmbito da violência doméstica. Em depoimento à polícia, ele alegou legítima defesa.