O PT de Caxias do Sul tirou uma resolução no sábado (4) denominada "Construir a unidade popular contra o Bolsonarismo" e "Devolver a Caxias do Sul um Governo Democrático-Popular". São 13 itens.
"Nossa política de alianças e nossa participação nas eleições de 2020 estarão a serviço de uma tática nacionalizada de oposição radical ao Governo Bolsonaro, servindo como forma de organização, conscientização e mobilização popular contra o golpismo, contra a extrema direita e por Lula Livre, com coligações eleitorais coerentes com esse propósito", diz o documento.
Na sequência, o PT caxiense diz: "O PT buscará o diálogo com todos os partidos, movimentos e personalidades que se colocam em oposição ao Governo Bolsonaro. Trabalharemos para unificar os partidos de oposição ao Governo Bolsonaro (PCdoB, PDT, PSB, PSOL, Rede e PCB) no pleito de 2020".
Sobre PCdoB e PDT terem pré-candidatos a prefeito, respectivamente Vanius Corte e Edson Néspolo, a presidente do PT, Joceli Veadrigo, declara:
– Hoje todos são pré candidatos. Teremos até dia 26 de setembro para as definições. E também teremos o segundo turno.
O PT está propondo a formação de uma Frente de Esquerda/Antifascista, com base em um programa de governo comum para o município.
"Esse programa comum terá o papel de aglutinar todos os setores democráticos e populares da sociedade em torno de uma plataforma que tenha como base a defesa da soberania nacional, dos direitos sociais, das liberdades democráticas e da luta pela absolvição do ex-presidente Lula e, em nível municipal, a retomada de uma construção de hegemonia democrático-popular na prefeitura e na Câmara de Vereadores", consta na resolução.
Nomes
As candidaturas a prefeito e vice da Frente de Esquerda/Antifascista propostas pelo PT devem ser definidas em conjunto pelos partidos que integrarem esta aliança. Porém, o partido acrescenta:
"O PT, sem qualquer imposição, tem nomes que pode apresentar para a composição desta chapa".
Embora não cite nomes, o deputado estadual Pepe Vargas é considerado a principal possibilidade a prefeito.
“Gestão sofrível”
Na resolução, não faltam críticas ao atual comando de Caxias, nas mãos de Flávio Cassina (PTB) e Elói Frizzo (PSB). Os petistas defendem uma administração democrática, que dialogue com todos os setores da comunidade, com transparência, com instrumentos de controle e participação social (orçamento participativo, conselhos setoriais e temáticos), por exemplo, e que pense o futuro do município e não só demandas mais imediatas.
E dispara contra os atuais governantes:
“Este programa será a antítese do que a atual administração municipal representa. [...] O que se vê no dia-a-dia da atual administração é a gestão sofrível, o desmantelamento de políticas públicas, o abandono dos bairros, especialmente dos mais periféricos, o autoritarismo e a falta de diálogo com a sociedade, a falta de transparência, o desrespeito aos servidores públicos, a negação da diversidade presente na nossa comunidade e o reforço a preconceitos obscurantistas e um prefeito totalmente alinhado com a política bolsonarista".
Apesar das críticas, o PT fala em atrair o PSB do vice-prefeito.
O partido divulgou a chapa de pré-candidatos a vereador com 30 nomes, mas espera completar com mais cinco.
Confira o que diz a resolução
Construir a unidade popular contra o Bolsonarismo
Devolver a Caxias do Sul um Governo Democrático-Popular
1. O PT, como maior partido da esquerda brasileira, tem a responsabilidade de trabalhar pela mais ampla unidade dos setores democráticos e populares da sociedade brasileira para se opor ao programa reacionário do governo Bolsonaro. Esta unidade precisa se dar o apoio à luta dos setores ligados à educação, da luta em defesa da previdência pública e dos direitos trabalhistas, contra a censura, contra os cortes no orçamento federal, em defesa da Amazônia e do meio-ambiente, em defesa das empresas públicas e em todas as mobilizações dos diversos setores da sociedade contra o governo Bolsonaro.
2. Nosso desafio é construir uma nova hegemonia na sociedade brasileira, radicalmente democrática, que oponha a solidariedade social ao individualismo consumista, que respeite a rica diversidade do povo brasileiro, que oponha a tolerância ao ódio, que defenda a igualdade de oportunidades e a soberania do povo brasileiro sobre o seu território, sua cultura, suas riquezas naturais e sua economia.
3. No âmbito estadual o governo de Eduardo Leite que não passa de uma continuidade do Governo Sartori reproduz essencialmente a mesma aliança nacional de Bolsonaro. Também reproduz o mesmo programa econômico neoliberal, de ajuste fiscal recessivo, desmonte das políticas sociais e privatizações. Com a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal da União aumentará a dívida pública do RS, sucateará de vez os serviços públicos e comprometerá as receitas futuras do estado. Se conseguir implementar a totalidade do seu programa Eduardo Leite entregará ao próximo governador um estado quebrado, em condições infinitamente piores do que o recebeu.
4. Tanto no plano nacional como no estadual há alternativas para desenvolver o Brasil e o Rio Grande. Elas passam pelo aumento do investimento público em moradia popular, infraestrutura logística e social e por incentivos ao investimento privado. Pela utilização das empresas públicas como instrumento de fortes investimentos em suas áreas, seja com recursos próprios ou financiamentos que podem buscar nos bancos públicos e privados. Envolvem a retoma do financiamento das políticas sociais e da valorização do salário mínimo, como instrumentos de distribuição de renda e aumento do consumo das famílias, sem os quais a economia não se reanimará.
5. Compreendemos que a luta social, a disputa eleitoral e a ação institucional são diferentes formas que a luta de classes assume a cada momento dado, e que neste período histórico a centralidade se encontra na luta e na mobilização social. Assim sendo, nossa política de alianças e nossa participação nas eleições de 2020 estarão a serviço de uma tática nacionalizada de oposição radical ao governo Bolsonaro, servindo como forma de organização, conscientização e mobilização popular contra o golpismo, contra a extrema direita e por Lula Livre, com coligações eleitorais coerentes com esse propósito
6. As eleições municipais de 2020 serão decisivas para construir nova relação de forças no país. O PT buscará o diálogo com todos os partidos, movimentos e personalidades que se colocam em oposição ao governo Bolsonaro. Trabalharemos para unificar os partidos de oposição ao governo Bolsonaro (PCdoB, PDT, PSB, PSOL, REDE e PCB) no pleito de 2020. Propomos a formação de uma Frente de Esquerda/Antifascista, com base em um programa de governo comum para o município. Esse programa comum terá o papel de aglutinar todos os setores democráticos e populares da sociedade em torno de uma plataforma que tenha como base a defesa da soberania nacional, dos direitos sociais, das liberdades democráticas e da luta pela absolvição do ex-presidente Lula e em nível municipal a retomada de uma construção de hegemonia democrático-popular na Prefeitura Municipal e na Câmara de Vereadores.
7. O Diretório Municipal e a Militância estão no processo de construção do programa de governo para Caxias do Sul. Queremos uma administração democrática, que dialogue com todos os setores da comunidade, com transparência, com instrumentos de controle e participação social (orçamento participativo, conselhos setoriais e temáticos), aberta a novas formas de organização da sociedade, que priorize as políticas sociais, que defenda a Educação Pública, Segurança e o SUS, que qualifique e defenda os serviços e os servidores públicos, que promova o desenvolvimento social e econômico junto ao compromisso com a sustentabilidade ambiental, que promova uma cultura de respeito às diferenças e de convivência cidadã e com a defesa dos direitos fundamentais, que pense o futuro do município e não só demandas mais imediatas. Este processo será aberto à participação da sociedade e buscaremos sugestões junto às entidades da sociedade civil organizada.
8. Este programa será a antítese do que a atual administração municipal representa. Na eleição municipal passada a maioria da população de Caxias apoiou um candidato que se dizia um gestor apolítico, após o Impedimento do prefeito e conformação do novo governo municipal tampão que vem tendo uma gestão errática e vacilante frente o desafio que a crise econômica/sanitária pela qual passa o país e com grandes reflexos em nossa cidade.
9. O que se vê no dia-a-dia da atual administração é a gestão sofrível, o desmantelamento de políticas públicas, o abandono dos bairros, especialmente dos mais periféricos, o autoritarismo e a falta de diálogo com a sociedade, a falta de transparência, o desrespeito aos servidores públicos, a negação da diversidade presente na nossa comunidade e o reforço a preconceitos obscurantistas e um prefeito totalmente alinhado com a política bolsonarista.
10.O Diretório Municipal designa para a Direção Executiva Municipal do Partido que coordenará o processo de discussão sobre a composição de uma Chapa Majoritária no sentido de conformar uma Frente de Esquerda/Antifascista em defesa da Democracia, dos Direitos Ambientais, Civis, Econômicos e Sociais do povo brasileiro, com posterior deliberação do Diretório Municipal.
11. O PT defende que as candidaturas a prefeito e vice da Frente de Esquerda/Antifascista que queremos constituir sejam definidas em conjunto pelos partidos que integrarem esta aliança. O PT, sem qualquer imposição, tem nomes que pode apresentar para a composição desta chapa.
12. Conclamamos desde já aos filiados e filiadas do nosso partido a se dedicarem a estas tarefas e estimulamos a que se apresentem para comporem a nossa chapa à Câmara Municipal que desde o início do ano vem em constante processo de preparação para estar pronta para o embate eleitoral, apresentando plataformas eleitorais condizentes com o histórico de luta do Partido no âmbito municipal, nossa nominata de pré-candidaturas é plural, representativa e engajada na construção de uma Caxias do Sul mais humana e acolhedora, pronta para enfrentar os desafios que estão no horizonte político caxiense.
13.Queremos uma chapa combativa, de pessoas atuantes nos movimentos sociais, que expresse a diversidade da nossa sociedade e que dê espaço a candidaturas de mulheres, de negros e negras, de jovens, de pessoas com deficiência e de ativistas LGBT. Queremos uma bancada qualificada na nossa Câmara de Vereadores para dar apoio ao governo democrático e popular que lutaremos para eleger.
Diretório Municipal do PT de Caxias do Sul
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