O presidente do PDT de Caxias do Sul, Maurício Flores, se apressou em emitir um posicionamento, diante de eventuais críticas de filiados em relação a uma eventual aliança com o Progressistas (PP) nas eleições municipais. Na segunda-feira (27), o Pioneiro divulgou que, em meio aos vários contatos de partidos com o PP, a informação nos bastidores é de que a pré-candidatura de Edson Néspolo (PDT) a prefeito agrada ao comando progressista. O PP deseja indicar o nome a vice.
Flores enviou nota dizendo que o partido quer formar uma coligação ampla e que se o PDT toma a iniciativa de conversar com determinada sigla, é porque enxerga "entusiasmo de mudança".
"No momento que vivem não somente Caxias do Sul, mas o Brasil e a própria democracia, é preciso que tenhamos coesão e equilíbrio. O PDT busca agora dialogar com todos aqueles que querem de fato construir uma nova Caxias do Sul. Se o partido toma por iniciativa conversar com determinada sigla, é porque enxerga nela o entusiasmo de mudança. Queremos formar uma coligação ampla, e que tenha por objetivo buscar as soluções que a cidade precisa. Em relação a manifestações isoladas de filiados do PDT, a resposta é de que, assim como os filiados têm conhecimento, existem trâmites internos para resolver esses conflitos, através da participação partidária de todo diretório municipal", disse, em nota, o pedetista.
Ele não cita o PP, mas, questionado se a manifestação era por causa das conversas com esta sigla, respondeu:
– Sim, estou defendendo o diálogo com o PP, assim como sempre defendi com o PSB.
Sobre o PDT estar rumando para a direita, disse:
"Não temos posição clara e queremos dialogar com todos aqueles que pensam na cidade".
Contatos
O PDT também busca aproximação com o PSB. O presidente socialista, Adriano Boff, porém, disse que torce por um acerto entre MDB e PDT. Na Câmara, foi formado o Bloco Social Trabalhista com os vereadores do PDT e PSB, mas naufragou com as divergências dos vereadores Rafael Bueno (PDT) e Wagner Petrini (PSB).
– Defendo o diálogo sempre. Acho que tanto o PSB como o PP são bons partidos e com ótimos quadros – reagiu Flores.
O presidente do PDT já participou de encontro promovido pelo PT, em dezembro do ano passado, com o tema "A Cidade que Queremos".
Em 2 de março deste ano, houve encontro do PDT na sede do Progressistas (foto) para analisar uma futura coligação dos partidos na chapa majoritária. Na ocasião, pelo PDT, estavam Pedro Incerti e Alfredo Paim, da executiva municipal, e pelo PP, entre outros integrantes, o presidente Ricardo Golin.
"Aliança espúria"
De fato, uma possível formação de chapa à prefeitura de Caxias com PDT e PP já despertou reação contrária. O suplente de vereador pelo PDT, Miguel Grazziotin, foi quem se posicionou, bombardeando:
– Não há a menor possibilidade que a base pedetista, brizolista, apoie uma aliança espúria com um partido que apoiou a ditadura e apoia Bolsonaro. E afirmo: se vingar, será um fracasso. A base não vota nem faz campanha, e do outro lado os direitosos farão o mesmo. Em 1986, tentaram isto numa chapa Aldo Pinto/Nelson Marchezan e foi um fracasso. Mas, como tem gente no PDT com laços sanguíneos com o PP...