Quem sabe, a partir de agora, a cidade dê um descanso na utilização da ferramenta do impeachment. Foram 11 pedidos desde o início do Governo Guerra, em 2017. Um deles ceifou o mandato do ex-prefeito Daniel Guerra, que era lastreado em 148 mil votos.
Com o arquivamento nesta quinta-feira (27), pela Câmara, do segundo pedido de impeachment contra o atual prefeito, Flávio Cassina (PTB), não há outras denúncias sobre a mesa, isto é, para análise. Quem sabe, então, conceda-se um pouco de estabilidade administrativa para o município até o fim do ano.
O pedido votado nesta quinta, aliás, é pedagógico quanto ao emprego que tem sido feito da ferramenta em Caxias. Para matérias ou escolhas administrativas ou estilos de gestão, que podem até configurar um governo como ruim, o remédio aplicado tem sido o impeachment. O que, no dizer do advogado Antônio Augusto Mayer dos Santos, é uma "desproporção", ou "querer matar pardal com tiro de canhão".
A diferença entre ser acolhido ou não, aprovado ou não, consiste na conjuntura, na circunstância política, na falta de sustentação popular ou de base parlamentar. Não pode ser assim. Impeachment é remédio extremo. Quem sabe, a partir de agora, o guardemos para momentos realmente agudos.