Numa pequena sala do complexo Moinho da Estação — onde funciona a sede do Ponto de Cultura de Núcleo Audiovisual — um universo cheio de possibilidades transformadoras tem sido apresentado a um público de idades e perfis diversos, unido pelo interesse em fazer cinema. Esse ambiente é proporcionado pelo projeto Atelier NAV, que está encerrando sua segunda edição neste fim de semana.
Desde o fim de agosto até agora, a iniciativa ofereceu oito oficinas direcionadas a diferentes áreas de formação técnica em audiovisual. Passaram pelo Atelier nomes de expressão na produção atual como Iuli Gerbase, Gilka Vargas, Iara Noemi, André Luís Garcia, Juan Quintáns, Bruno Polidoro, Kiko Goifman e Cristiano Burlan, cobrindo temáticas como roteiro, direção de arte, som, direção de fotografia, montagem, etc. O nome escolhido para fechar a programação é Hique Montanari, diretor do premiado Yonlu e escalado para falar sobre direção cinematográfica.
Custeado por meio da Lei Municipal de Incentivo à Cultura (LIC), com apoio da FSG, o Atelier NAV tem contribuído para colocar Caxias do Sul no mapa da formação audiovisual. Sempre com valores bem acessíveis, as oficinas do projeto ajudaram a suprir uma demanda em questões mais específicas do fazer cinematográfico, que às vezes não são supridas pelos cursos já existentes na área. Um grupo de pelo menos 20 pessoas acompanhou todas as oficinas e está trabalhando para criar um produto audiovisual como resultado do que aprenderam nesse tempo.
— Tivemos muitos momentos de troca, alguns de quase terapia, com as pessoas de emocionando e colocando para fora suas histórias de vida. Como o NAV tem uma preocupação mais específica com a produção documental, foi bacana também ver o público descobrindo quanto é importante contarmos histórias a partir de quem nós somos no mundo — comenta Daniel Vargas, idealizador Atelier NAV e coordenador do Núcleo Audiovisual há quatro anos.
Além do aprendizado técnico e dos debates acalorados, os participantes do NAV tiveram a oportunidade de conferir novidades bem fresquinhas, como o premiado documentário Bixa Travesty (ainda inédito no Brasil e exibido por aqui numa sessão aberta à comunidade) e trechos de Os Dragões, longa ainda não lançado comercialmente filmado em Cotiporã por Gustavo Spolidoro e com direção de fotografia do oficineiro Bruno Polidoro. Todos esses conteúdos apreendidos também vão compor um novo produto, já que o grupo de cerca de 20 pessoas (com idades que vão dos 20 aos 80) que acompanhou todas oficinas trabalha na produção de um curta. É a hora de experimentar linguagens e testar formatos.
— Qualquer coisa pode sair dessa experiência. O objetivo é que todas consigam se envolver no processo e que a gente consiga circular com esse conteúdo, ir para algum festival. Queremos colocar Caxias no cenário, dizer "estamos aqui, estamos produzindo" — propõe Vargas.
:: Enquanto o curta não fica pronto, o projeto Atelier NAV também estende a questão da formação para cinema disponibilizando filmes de Cristiano Burlan para serem exibidos em sessões comentadas nas escolas públicas da cidade. Interessados podem solicitar informações com o produtor cultural Rafael Vebber, pelo e-mail pontodeculturanav@gmail.com.
Programe-se:
:: O quê: Atelier NAV com oficina "Introdução à Direção Cinematográfica", ministrada por Hique Montanari.
:: Quando: neste sábado, das 9h às 19h; e domingo, das 10h às 18h.
:: Onde: Ponto de Cultura NAV (Rua Coronel Flores, 810, Fundos).
:: Quanto: R$ 50 (idosos, comerciários e estudantes matriculados pagam meia), inscrições pelo www.culturanav.com.br.
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