O ex-subprefeito de Vila Oliva, autor do sexto pedido de impeachment do prefeito Daniel Guerra (Republicanos), Jefferson Côrtes Torres, deixou o PSD. A saída era esperada. Na segunda-feira (2), a Executiva do PSD se reuniu e decidiu por sua suspensão em função de ter protocolado o pedido de impeachment sem comunicar o partido, também abriu processo disciplinar ético.
Na terça-feira (03), quando foi colocada em votação a admissibilidade da abertura do processo, o vereador e presidente do PSD de Caxias, Kiko Girardi, usou a tribuna para fazer críticas ao ex-subprefeito, que estava na plateia.
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A denúncia de pedido de impeachment protocolada pelo ex-CC do governo (a realização de uma obra em um terreno particular, correspondente ao estacionamento do Aeroporto Hugo Cantergiani) foi rejeitada por 14 votos a oito.
Côrtes recebeu, ainda no final de semana, convite para se filiar ao Patriota, partido do ex-vice-prefeito Ricardo Fabris de Abreu. Ele diz que está conversando também com outros três partidos, porém, não divulgou quais.
"Perseguição política"
Côrtes emitiu uma nota nesta quarta-feira (4), dizendo que o partido tomou posições diferentes ao acordo feito na reunião de segunda-feira e que caracteriza "retaliação/perseguição política". Ele se refere à exclusão de grupo e redes sociais, encerrando todo contato com os membros do partido.
"Torno público que não faço mais parte desta legenda por perceber e entender que não representa meus ideais de uma política voltada para a comunidade de uma forma geral e ampla, sem interesses político-partidários", diz o texto.
Ainda de acordo com o ex-subprefeito, "o partido, na pessoa do presidente vereador Kiko Girardi, em suas declarações não respeitou minha palavra como cidadão, tentando me coagir, afirmando que estaria por trás do pedido de impeachment a pessoa do senhor Ricardo Fabris de Abreu, que exerce suas atividades na Justiça do Trabalho. Desta forma, tentando enfraquecer o pedido de impeachment. Sendo assim, não ficando claros seus reais interesses."
:: A história se repete: Esta é a segunda vez que um autor de pedido de impeachment de Guerra se desfilia de partido. Em 2017, João Manganelli Neto, o primeiro a protocolar documento pedindo a saída do prefeito, se desfiliou do Progressistas (PP). Ele também havia sido submetido ao Conselho de Ética e Fidelidade Partidária.