O Pronto-Atendimento 24 Horas (Postão) de Caxias do Sul deve mesmo fechar para a execução da reforma e ampliação que pretende transformar a estrutura em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) nível III. Gerson Schütz, dono da empresa Técnica Construções Ltda, vencedora da licitação e, portanto, responsável pela obra, informou que pela descrição do serviço, cronograma e valor, o local deve ser entregue à empreiteira de portas fechadas.
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Rumores de que a unidade cessaria as atividades para a obra circulam entre os profissionais da saúde desde a última sexta-feira. Ainda na sexta (28), o Sindicato dos Médicos de Caxias do Sul emitiu uma nota de "alerta à população" denunciando o possível fechamento do Postão. O presidente da entidade, Marlonei dos Santos, que assinou o documento, disse que o sindicato foi informado "extraoficialmente" de que o serviço de urgência e emergência teria de ser interrompido para o início das obras.
No mesmo dia, o Conselho Municipal de Saúde declarou que protocolaria nesta segunda-feira (1°) um pedido de informações destinado ao secretário de Saúde sobre a questão, o que de fato ocorreu.
A Secretaria Municipal da Saúde, em nome do titular da pasta, disparou uma convocação de assembleia para todos os servidores que atuam no Postão. O encontro está agendado para as 18h desta terça-feira (2) na sede do Centro Administrativo. O Pioneiro tenta contato com o secretário de Saúde, Geraldo da Rocha Freitas Junior, desde sexta-feira, mas ele disse, por meio da assessoria de imprensa, que só se manifestará sobre o assunto após a assembleia.
Enquanto isso, a construtora que tem 16 anos de experiência com obras públicas adianta que tem uma reunião técnica, marcada para a manhã da quarta-feira (3), com a Secretaria do Planejamento para detalhar como se dará o trabalho, pegar as chaves do prédio e fazer uma visita ao local.
A partir desse momento, começará a contar o prazo de seis meses para entrega. O valor pago pelo serviço é de R$ 637.508,56. Segundo Schütz, a ordem de serviço da obra foi assinada nesta segunda e o trabalho, de fato, deve começar na próxima segunda-feira. Conforme cronograma da empresa, os primeiros 30 dias seriam para os estudos e a elaboração dos projetos — está incluído o Plano de Proteção e Prevenção Contra Incêndio (PPCI). Porém, a ideia, segundo Schütz é aproveitar o mesmo período para fazer as demolições necessárias na edificação.
— Acredito que a parte de demolições que, em princípio, não dependem do projeto, já pode ser adiantada. São paredes a demolir, paredes a construir. É todo um remodelamento de peças que ficarão maiores, outras menores — explica o empresário.
A quantidade de operários na obra deve variar entre 15 e 25.
— Pela formatação da metodologia e do cronograma, entendo que ele (prédio) será entregue sem atividades. Pelo que tenho visto no memorial (descrito da obra) acredito que devam desmobilizar todos os serviços e transferi-los para outros postos nesse tempo. Tem alguns serviços que não tem como realizar (com a unidade funcionando), teria que haver todo um cuidado diferenciado. Pelo tipo de serviço, já sabemos quando tem isolamento e quando não tem — ponderou Schütz.
Ele explica que, caso o prédio não seja desocupado, será necessário adequar o cronograma, porque a obra demoraria mais tempo.O valor também teria que ser repensado, já que o custo dobraria, em função de estar definido sem previsão de movimentação e de isolamento.
A empresa
O grupo empresarial é composto por duas empresas, a Técnica e a Potencial que atuam em todo o Estado. Na área da saúde, foi responsável pela construção do hospital de Estância Velha e pela Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Geral em Caxias. Também atua na construção de escolas e quadras cobertas, como a do Instituto Federal em Caxias, e de fóruns para Justiça, como o de Dois Irmãos e a ampliação do Foro de Bento Gonçalves.