O desastre eleitoral de Caxias do Sul na eleição de 2014 deixou a cidade sem nenhum deputado estadual na atual legislatura. A falta de representatividade afastou os caxienses das principais discussões políticas e socioeconômicas do Estado e de temas de interesses locais, como a construção do Aeroporto de Vila Oliva e a recuperação da malha rodoviária da região.
Na última eleição, o elevado número de candidaturas e o individualismo dos candidatos somaram 35 postulantes à Assembleia. Neste ano, devem ser confirmados 28 candidatos ao Parlamento gaúcho. A redução mostra que os partidos reconheceram o erro de avaliação de 2014 e estão mais rigorosos.
Na eleição passada, os principais derrotados foram Maria Helena Sartori (MDB) e Vinicius Ribeiro (PDT). Os dois buscavam a reeleição e perderam pela divisão de votos. Maria Helena com 31.234, ficou como segunda suplente na Assembleia. Ela dividiu votos com Edson da Rosa, que obteve 14.858 votos. A soma dos votos reelegeria Maria Helena.
Vinicius, que em 2013 assumiu a vaga do então prefeito Alceu Barbosa Velho (PDT) na Assembleia, conquistou 29.565 votos na eleição de 2014 e ficou como segundo suplente. Vinicius disputou a eleição com outros dois caxienses: Kalil Sehbe, que obteve 27.741 votos, e Jaison Barbosa, com 3.400. Vinicius assumiu uma cadeira na Assembleia em duas oportunidades. A primeira suplente, deputada Juliana Brizola, ingressou como titular na vaga de Diogenes Basegio, que teve o mandato cassado em 2015. A movimentação deixou Vinicius como primeiro suplente do partido. Com o deputado Gerson Burmann (PDT) na Secretaria de Obras do Estado, o caxiense ocupou a vaga.
A disputa interna mais desastrada ocorreu no PT. A sigla caxiense apostou em quatro candidaturas: a então deputada Marisa Formolo concorreu com Alfredo Tatto, Marcos Daneluz e Rodrigo Beltrão. Com 24.395 votos, Marisa teve cerca de 20 mil a menos do que na eleição de 2010. Ela ficou como quarta suplente. Daneluz (PT) foi o candidato que mais se aproximou de uma cadeira na Assembleia. Ele obteve 31.570 votos e, por 357 votos, ficou como primeiro suplente.
Para o chefe do Cartório Eleitoral, Edson Borowski, é difícil prever como será a competitividade entre os candidatos caxienses na eleição de outubro. Ele explica que o quociente eleitoral é calculado pela divisão do número de votos válidos, excluindo os votos brancos, nulos e as abstenções, pelas 55 cadeiras a serem preenchidas na Assembleia.
Em 2014, o quociente eleitoral, isto é, o número de votos para um partido ou coligação conquistar uma vaga, foi ao redor de 111 mil. Este ano, projeta Borowski, o quociente deve ser mais baixo.
PDT e PT optaram por menos candidatos em relação a 2014
Receosos de um novo desastre à Assembleia, os principais partidos caxienses diminuíram o número de candidaturas. O PT, que teve quatro candidatos na última eleição, terá dois agora: o deputado federal Pepe Vargas e a vereadora Denise Pessôa, sucessora e herdeira política da ex-deputada Marisa Formolo.
Após cinco lideranças cogitarem concorrer a deputado estadual, o PDT também reduziu o número de candidatos à Assembleia. O ex-candidato à prefeitura de Caxias, Edson Néspolo, pretendia disputar a eleição, mas abriu mão após divergências com Vinicius. Em 2014 foram três candidatos, e agora são dois: Vinicius Ribeiro disputa sua terceira eleição à Assembleia e Miguel Grazziotin, que estreia na disputa a deputado estadual.
O MDB mantém o mesmo número de candidaturas da eleição passada: duas. Porém, o candidato do diretório municipal que substitui Maria Helena Sartori é Carlos Búrigo, ex-secretário estadual de Planejamento, Governança e Gestão. A primeira eleição de Búrigo por Caxias é uma incógnita, mas deve buscar os votos de Maria Helena. Edson da Rosa, que obteve 14.858 votos em 2014, precisou, novamente, confirmar sua candidatura como representante do movimento negro do partido.
Caxias tem outros seis candidatos com maior potencial de alcançar uma cadeira na Assembleia, devido à maior capilaridade e representatividade estadual de seus partidos: Adiló Didomenico (PTB), Ithamar Sitta (PSDB), Ovídio Deitos (PP), Neri O Carteiro (Solidariedade), Dalva Guerra (PRB) e Kiko Girardi (PSD).
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