O coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), Guilherme Boulos, foi lançado neste sábado candidato à Presidência da República pelo PSOL, na convenção nacional em São Paulo. Também foi homologado o nome de Sônia Guajajara, representante do povo indígena, para vice-presidente. O PSOL aprovou aliança aliança com o Partido Comunista Brasileiro (PCB).
Para um público formado por integrantes do MTST, movimentos sociais e representantes dos povos indígenas, Boulos destacou que irá defender temas que pertencem aos princípios do partido, como o direito ao aborto e à desmilitarização da polícia.
— Não teremos medo de defender o direito ao aborto neste país, porque é um tema de saúde pública, e precisamos defender o direito à vida das mulheres, principalmente as mais pobres. Também vamos combater o genocídio da juventude negra, revendo o modelo de segurança pública. O que não podemos é legalizar a distribuição de armas neste país — disse.
Em vários momentos, ressaltou a necessidade das investigações sobre a morte da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), assassinada em março deste ano no Rio de Janeiro, ao lado do motorista Anderson Gomes.
— Enquanto não houver justiça, a democracia brasileira permanecerá manchada.
Eleições
Boulos defendeu a liberdade e o direito do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser candidato.
— Nós defendemos o direito de Lula ser candidato à Presidência da República porque entendemos que foi vítima de uma condenação injusta e que hoje sofre uma prisão política para retirá-lo do processo eleitoral — afirmou.
Ao comentar a aliança com o PCB e os movimentos sociais, Boulos criticou adversários. Segundo ele, muitos buscam alianças somente para conquistar maior tempo no horário eleitoral gratuito.
— Fazem um verdadeiro balcão de negócios. Nós preferimos governar tendo todos estes partidos na oposição.
O presidente nacional do PSOL, Juliano Medeiros, disse que o partido poderá ter 23 segundos no horário eleitoral gratuito.
— Vamos compensar com nossa militância nas ruas e uma plataforma colaborativa nas redes virtuais, que formarão grupos de ação em vários estados — disse Boulos.