Indiciado em janeiro por suposta exploração sexual de uma adolescente, o vereador de Caxias do Sul Alceu Thomé (PTB) foi submetido a uma entrevista psicológica na Promotoria de Justiça Criminal do Ministério Público (MP), em Caxias do Sul. O processo corre em sigilo na Justiça. A avaliação foi solicitada pelo MP e o laudo será anexado na investigação da promotoria. Não há prazo para a conclusão da avaliação psicológica, realizada na quarta-feira passada. A reportagem contatou o vereador, que não deu detalhes sobre o procedimento, mas classificou como "tranquilo".
— Tranquilo, porque não existiu o fato. Já falei isso, houve a denúncia mas não aconteceu. Estou tranquilo porque não devo nada — afirmou o parlamentar.
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A entrevista psicológica é usada pelos promotores para o entendimento de um crime. A intenção é identificar qual é a característica da personalidade de vítimas e autores, o que embasa o relatório de denúncia do MP.
Thomé foi indiciado pela Polícia Civil no dia 24 de janeiro deste ano. O inquérito da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) também responsabiliza outro homem e duas mulheres pelo mesmo crime. O indiciamento é pelo artigo 244 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): submeter criança ou adolescente à prostituição ou exploração sexual. A pena prevista é reclusão de quatro a dez anos.
O inquérito foi aberto no início de 2017 após uma denúncia do Conselho Tutelar sobre uma adolescente de 14 anos que foi acolhida num abrigo público. A jovem, conforme a denúncia inicial, faria programas sexuais num bar no interior de Caxias do Sul. O local supostamente seria frequentado por Thomé. A menina, que teria sido abandonada pela mãe, residiu no bar durante alguns meses. O vereador e o outro homem supostamente eram clientes do bar. O parlamentar nega veementemente qualquer envolvimento no caso. O nome dos outros três réus não foi divulgado pela Polícia Civil ou pela Justiça.