A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) apreendeu, na manhã desta sexta-feira, o celular que foi utilizado por detentos do Presídio Regional de Caxias do Sul para gravar uma oração coletiva por Naiara Soares Gomes, sete anos. As imagens mostram que o rapto, estupro e assassinato da menina, que ficou desaparecida por 13 dias, também comoveu os criminosos recolhidos na casa prisional. Uma faixa foi pendurada com os dizeres "Nayara Estamos de Luto. Também Somos Pai de Família".
Leia mais:
Com igreja lotada, velório de Naiara Soares Gomes é marcado por protestos
Homem que confessou rapto e morte de Naiara é levado para fora de Caxias do Sul
Preso no bairro Serrano confessa o que houve entre o rapto e a morte de Naiara em Caxias do Sul
As imagens foram feitas por um apenado, ainda não identificado, dentro de uma cela e mostram dezenas de detentos em uma roda rezando o Pai Nosso. A gravação tem 27 segundos e termina em uma salva de palmas.
A suspeita é que o vídeo foi gravado durante o sepultamento de Naiara, na tarde de quinta-feira. As imagens repercutiram e foram compartilhadas pelas redes sociais, o que alertou a Susepe.
— Não deveria ter um celular dentro do presídio. Trabalhamos diariamente para evitar, mas eles estão sempre buscando uma forma de burlar a fiscalização — lamenta Marco Antônio da Silva, da 7ª Delegacia Penitenciária Regional (7ª DPR).
O celular foi apreendido durante buscas na manhã desta sexta-feira. A Susepe ainda não divulgou o local em que o aparelho estava. Os agentes penitenciários ainda buscam identificar e responsabilizar o preso que utilizou o celular.
O aparelho seria apresentado para registro de ocorrência na Central de Polícia ainda na manhã desta sexta-feira, para a devida investigação pela Polícia Civil.
Investigado não está em Caxias do Sul
Preso no bairro Serrano no início da tarde de quarta-feira, o homem que confessou ter raptado, estuprado e matado Naiara foi transferido para uma casa prisional da Região Metropolitana. A medida foi tomada por diante da revolta da comunidade e as diversas mensagens de linchamento espalhadas pelas redes sociais, o que poderia ocasionar até uma rebelião nos presídios de Caxias do Sul. O destino do investigado não foi divulgado.