Enquanto o Estado estuda como ampliar o uso dos policiais militares da reserva, o programa se mostra uma alternativa contra as dificuldades crônicas de efetivo da Brigada Militar (BM) em Caxias do Sul. A partir de um ajuste no incentivo no ano passado, o reforço de 12 servidores de Corpo Voluntário de Militares Inativos (CVMI) trouxe uma nova perspectiva para combater a insegurança em escolas e tornar o videomonitoramento um diferencial para a segurança pública — problemas relacionados à defasagem do efetivo.
Para a comunidade, o efeito positivo já pode ser sentido em escolas estaduais. Quatro servidores do CVMI compõe a Patrulha Escolar e trabalham em escolas estaduais pré-determinadas. Os veteranos integram a rotina da instituição e acompanham a entrada e saída de alunos.
— São policiais fardados, o que afasta riscos. Eles (voluntários) têm a experiência para perceber situações como indivíduos estranhos à escola ou o cheiro de drogas. A presença deles também previne até brigas entre alunos, que é algo que acontece nessa idade — aponta o tenente-coronel Jorge Emerson Ribas, comandante do 12º BPM.
Uma das escolas beneficiadas com esse vínculo é a Irmão José Otão, no bairro Panazzollo. O sargento André Luiz Baldi, 50 anos, atua na instituição desde julho do ano passado.
— Além de conversar e orientar alunos que tem problema de disciplina, o sargento traz um olhar diferenciado e ajudar a inibir situações específicas. Infelizmente, o bairro tem sofrido com alguns assaltos e a presença dele traz segurança para os alunos e pais — afirma a diretora Fernanda Barea.
Para os reservistas, é uma oportunidade de voltar a sua segunda família, a Brigada Militar. Com 30 anos de serviço à comunidade, eles repetem que voltaram para somar e auxiliar os PMs mais jovens, que ficam responsáveis pela patrulha nas ruas.
— É bom voltar a vestir a farda. Este é um trabalho importante, mas que estava deficitário. Fico satisfeito pelo retorno que recebemos, com os alunos e pais nos incentivando. A direção sente uma diferença nos alunos e que (a presença policial) inibiu alguns casos de drogas que entravam (na escola). Acho que todos gostariam de ter um policial 24 horas — opina o sargento Baldi.
VIATURAS
A intenção era que a Patrulha Escolar atuasse com viaturas, no entanto, há a exigência para que os policiais militares tenham habilitação para atuar como condutor de veículo de emergência. O tenente-coronel Ribas explica que, anos atrás, esse documento não era obrigatório e, por isso, os reservistas não têm, o que está sendo providenciado.
A intenção é disponibilizar duas viaturas para que o atendimento ocorra em um maior número de escolas — atualmente são 12 instituições estaduais que contam com a Patrulha Escolar.