Além dos quatros integrantes da Patrulha Escolar, os Corpo Voluntário de Militares Inativos (CVMI) dispõe outros oito servidores para o 12º BPM. Três deles atuam no setor administrativo e outro é responsável pela oficina do quartel. Os outros quatro policiais da equipe receberam a missão de qualificar o aproveitamento de imagens da central de monitoramento em Caxias do Sul.
— A intenção é fazer abordagens virtuais. Não somente visualizar situações, mas consultar placas (de veículos) e identificar suspeitos. Queremos uma atuação pró-ativa que auxilie as viaturas nas ruas, algo que, infelizmente, ainda não conseguimos. Precisamos fazer render todo o potencial que essa ferramenta nos proporciona — explica o tenente-coronel Ribas.
Um dos responsáveis pela nova etapa do monitoramento é o sargento Everaldo Moreira da Silva, 50. Ele se aposentou em 2015 em razão do tempo de serviço e retornou em dezembro do ano passado.
— Estava cansado de ficar em casa. É uma paixão. Sempre foi uma opção ser policial militar e a decisão de deixar (o trabalho) foi muito difícil. Hoje ficamos atentos ao rádio e, ao saber de uma situação, buscamos a câmera mais próxima para identificar suspeitos e auxiliar o pessoal da rua — explica o sargento.
Outro integrante do Centro Integrado de Segurança Pública (Ciosp) é o tenente Osmar Casali, 53, que se divide entre o controle administrativo e a atuação no monitoramento. O tenente atuou na BM de 1986 a 2014.
— No tempo que ficamos fora, tentamos seguir uma rotina, mas sempre falta o convívio com essa nossa outra família, a Brigada Militar. Com estes incentivos novos, uniu o útil ao agradável. Ainda sinto falta de atuar nas ruas, onde trabalhei 90% da minha carreira, mas é bom estar de volta à rotina — relata.
Mais Efetivo ainda sem previsão
:: O Corpo Voluntário de Militares Estaduais Inativos (CVMI) foi criado em 1994 para suprir a carência de efetivo. A Gratificação Especial de Retorno à Atividade (Gera), de R$ 1.181,51, porém, era considerada baixa pelos reservistas.
:: Em 2015, diante de um cenário em que 40,8% de vagas disponíveis não eram preenchidas, o Governo do Estado preparou um projeto para ampliar o benefício.
:: Com o valor reajustado para R$ 2,4 mil, a partir de julho do ano passado, uma nova leva de inativos retornou ao trabalho. Um segundo projeto de lei, então, foi preparado para ampliar o aproveitamento dos PMs inativos.
:: A PL 269/ 2017 cria na BM e nos bombeiros o programa Mais Efetivo para substituir o CVMI e permitir que os reservistas atuem em mais áreas _ como policiamento comunitário, ambiental e guarda externa dos presídios.
:: A lei foi sancionada em 11 de janeiro deste ano, no entanto o Estado segue avaliando o impacto econômico da mudança e não há previsão para a implementação. O projeto previa a possibilidade de inclusão de 3.038 reservistas com um investimento anual de R$ 35,4 milhões até 2020.