Sem entender o que aconteceu na manhã de 9 de março, a rotina segue no loteamento Monte Carmelo e bairro Esplanada, em Caxias do Sul. Após 12 dias sem notícia de Naiara Soares Gomes, sete anos, que desapareceu quando seguia sozinha para a escola, é possível ver dezenas de crianças no caminho que costumava ser feito pela menina.
Na manhã desta quarta-feira, a reportagem do Pioneiro repetiu diversas vezes o trajeto feito por Naiara no dia do desaparecimento. No horário do caso, entre 6h30min e 7h15min, é possível ver dezenas de crianças e vans escolares circulando pela região.
O vídeo feito abaixo, no entanto, foi gravado alguns minutos depois, justamente, para não expor nenhuma menor de idade.
Na manhã desta quarta-feira, a reportagem do Pioneiro refez o último trajeto de Naiara e encontrou crianças e adolescentes das mais variadas idades. Algumas seguiam sozinhas, enquanto outras caminhavam com irmãos e primos. Aquele trajeto é feito por alunos de pelo menos quatro escolas da região. Ao contrário de Naiara, que caminhava mais de dois quilômetros de casa até a Escola Municipal Renato João Cesa, a maioria dos estudantes percorre um curto espaço até uma parada de ônibus ou ao ponto de encontro de uma van escolar.
— É muito (triste) o que aconteceu. A rua (Julio Calegari) é tranquila e sempre foi. Diversas crianças passam todos os dias. Ninguém imagina algo assim — aponta uma adolescente de 16 anos, estudante do Abramo Eberle e que diariamente aguarda pelo ônibus em uma parada há cerca de 400 metros de onde Naiara foi vista pela última vez.
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O desaparecimento da menina continua no pensamento da comunidade. Todas as pessoas que encontraram com a reportagem perguntaram se havia novidades sobre o caso nesta manhã. O carro branco que, coincidentemente, foi utilizado pela equipe do Pioneiro também chamou atenção dos moradores. O possível rapto de Naiara por alguém em um veículo com estas características é a principal linha de investigação da Polícia Civil.
— Continua a rotina, mas está todo mundo de olho, né? Ficamos cuidando os carros que passam. Mas o nosso bairro é tranquilo. Ninguém entende o que aconteceu — diz Neimar Guimarães, que trabalha como porteiro no Residencial Esplanada. No dia do desaparecimento, as câmeras deste condomínio filmaram a menina sorrindo e conversando com colegas, que esperavam pela van escolar. Na ocasião, os colegas embarcaram na van e Naiara continuou a caminhada sozinha.