Após um ano considerado positivo, em que cinco dos sete principais índices de criminalidade caíram, as forças de segurança pública de Farroupilha pretendem focar esforços no combate aos assaltos. Conforme lideranças da Brigada Militar (BM) e Polícia Civil, assaltantes em busca de celulares para trocar por drogas têm incomodado a população.
Conforme os dados disponibilizados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP), Farroupilha registrou uma média de 33 assaltos por mês no ano passado. O índice é praticamente igual ao de 2016, o que é visto como um ponto positivo, mas a expectativa das polícias é reduzir os números neste ano.
— Analisando os indicadores, os roubos permaneceram estáveis, e os furtos e homicídios caíram. O roubo a pedestre, especificamente, subiu um pouco. Mapeamos os locais com maior incidência e estamos reforçando o policiamento — aponta o capitão Daniel Tonatto, comandante da 1ª Companhia do 36º Batalhão de Polícia Militar (36º BPM).
Apesar dos dados não serem alarmantes — foram 10 assaltos a pedestres no município entre dezembro e janeiro — as ocorrência preocupam porque envolvem ataques agressivos. A maioria dos crimes ocorre na volta do trabalho ou estudo, entre 18h e 20h, e os principais alvos são mulheres. Os relatos são de um assaltante a pé armado com faca ou de dois homens em uma motocicleta — sendo o caroneiro com um revólver. Em ambos os casos, os ladrões repetem ameaças, querem celulares e a bolsa da vítima.
Para combater estas ações criminosas, a BM realiza, semanalmente, um levantamento dos casos por rua e bairro. Assim, os policiais são distribuídos nas áreas com maiores índices de crimes. O capitão Tonatto ressalta que foram realizadas mais de 600 prisões em Farroupilha no ano passado. A permanência dos assaltantes nas cadeias, no entanto, não seria tão elevada.
— A manutenção das prisões no sistema carcerário é um ponto principal (no combate a criminalidade). Quando estes presos, que são conhecidos pela prática criminosa reiterada, são soltos, os índices voltam a subir até a próxima prisão, quando os dados caem de novo — relata o oficial do 36º BPM.
Lojistas pedem reforço no Centro
Enquanto as forças policiais focam os assaltos a pedestres, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Farroupilha, Carlos Roberto Custódio, demonstra outra preocupação. Na semana passada, o empresário procurou a Câmara de Vereadores pedindo ajuda por mais policiamento no período de funcionamento do comércio.
— O que pedimos é para todos manterem a atenção, afinal têm ocorrido problemas no Centro. Sabemos que pessoas (de outras cidades) chegam de ônibus para roubar e depois ir embora. Faz parte da nossa entidade preocupar-se com esta situação — explica.
O presidente da CDL salienta que, há anos, os comerciantes estão unidos e buscam soluções para a segurança pública. Os pequenos delitos, porém, continuam a ocorrer e trazem prejuízos aos lojistas.
— Precisamos estar sempre atentos. Até hoje registramos casos de mulheres que colocam produtos embaixo das roupas. Nossa preocupação é contínua — reitera.
Outra preocupação do CDL é quanto às câmeras de monitoramento que deveriam auxiliar a segurança pública no município, já que há comentários de que a maioria delas não estaria em funcionamento. O capitão Marcelo Gazzana, do 36º BPM, nega o boato:
— De um sistema de 22 câmeras, hoje, temos apenas duas inoperantes. Neste tipo de equipamento, não importando qual a tecnologia, ocorrem problemas de funcionamento periodicamente. Nosso papel é oficiar a prefeitura para que seja agendada a manutenção. O sistema está funcionando, sim.
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