Quem passou pelas ruas centrais de Caxias do Sul e pela Perimetral Norte, na altura dos bairros Santa Catarina e Cinquentenário, se deparou com uma fila extensa formada por centenas de motoristas do aplicativo Uber que protestam contra possíveis mudanças no projeto de lei que regulamenta serviços de transporte no país. O projeto será analisado na tarde de terça-feira no plenário da Câmara dos Deputados. A concentração iniciou às 9h, nos Pavilhões da Festa da Uva, e seguiu pacificamente pelas ruas do Centro.
O temor dos motoristas do aplicativo é que os deputados deem parecer contrários às modificações feitas pelo Senado no final de outubro do ano passado. Na ocasião, os senadores decidiram, por exemplo, que não é necessário o uso de placa vermelha e permitiu que os veículos circulem por cidades vizinhas. Também foi retirado do projeto a exigência que os motoristas sejam proprietários dos carros, permitindo o aluguel de carros. Os deputados, no entanto, podem alterar todas estas propostas já feitas pelo Senado. A análise da Câmara afeta também outros aplicativos de transporte como o 99 e Cabify.
— A ideia é que eles (deputados) não votem esse projeto com mudanças. Do jeito que está agora (aprovado pelo Senado) favorece a gente. Se houver mudanças, tenho certeza que vai diminuir o número de motoristas, porque vai ficar inviável pra nós manter os carros e o serviço — reclama Gabacaí Goulart, 47 anos, motorista há quatro meses do aplicativo.
A fila de carros saiu pela Rua Ludovico Cavinatto por volta de 10h30min, seguindo pela Perimetral Norte e Avenida Júlio de Castilhos, em direção ao Centro. A movimentação era lenta, mas não houve bloqueios no trecho. A previsão era que a carreata encerrasse no fim da manhã, com a dispersão dos veículos em frente à prefeitura. Durante o protesto, o serviço continuou operando normalmente, segundo os motoristas, mas com número de carros reduzido.
Em outubro do ano passado, cerca de 300 veículos participaram de uma ação semelhante. Na ocasião, o protesto antecedeu a votação do Senado.
